Os filmes dirigidos por Ric Roman Waugh possuem uma metodologia muito próxima e “Missão de Sobrevivência” vem seguir esse padrão. Ações elaboradas, densas e cheias de uma grande necessidade de explicações e profundidades. Assim acontece em outras obras como “O Acordo” (2013), “Felon” (2015) e “Destruição Final” (2020).
Dessa vez, junto da ajuda de um roteiro escrito por Mitchell LaFortune, o cineasta encara um novo desafio, que não foge de sua realidade apesar da proposta ser essa. Logo de cara é possível compreender o que o filme quer dizer: uma missão no Oriente Médio para intrinsecamente indicar que o Ocidente explora de forma opressora os povos e seus territórios.
Especificamente o suspense mostra a história de Tom Harris (Gerard Butler), que atua como um agente secreto e diante de tantos dilemas ele precisa tomar decisões arriscadas quando se vê encurralado em um local perigoso, em que ele não conhece nem o idioma e nem as pessoas. Para sair disso, ele precisa passar por um deserto desafiador.
Apesar da premissa do Oriente Médio ficar superficial em alguns detalhes, por conta da excessiva visão de produção do Ocidente. O filme aborda questões profundas e o conteúdo de ação em meio a uma história com conceitos emocionais inova em um gênero já conhecido e consegue trazer algo difícil no cinema atual: novidade em uma fórmula já conhecida.
O que mais chama atenção na construção da história é o momento que a narrativa engata mostrando verdadeiramente as cenas de ação. Tudo começa de forma repentina e segue espontaneamente despertando a famosa adrenalina no telespectador.
Ao conduzir esses momentos, a produção consegue montar de forma engenhosa e bem elaborada as cenas de perseguição em meio aos detalhes da cultura oriental, com os costumes religiosos somado aos aspectos naturais, como o próprio deserto. A fotografia é um dos pontos positivos na construção dessa obra, porque os recursos visuais são nítidos e bem feitos.
Toda essa estética gera o aspecto desejado e se adequa a proposta. No entanto, há algumas necessidades ao longo da trajetória dos personagens, que envolvem principalmente a trilha sonora. Os efeitos são bem feitos, porém a escolha das músicas é considerada fraca para a grandiosidade de uma obra de ação.
“Missão de Sobrevivência” não é só ação, é também emoção
Um filme de ação ter emoção, não necessariamente significa algo positivo. Esse é um dos pontos que o longa escorrega, pois o cargo emocional dos personagens se torna o verdadeiro propósito de suas atitudes e isso deixa uma boa parte do primeiro ato do filme, monótoma, densa e cansativa.
Isso acontece por um motivo que ao longo da produção podem ser positivos, como as questões familiares de Tom e Mo (Navid Negahban). No entanto, a abordagem introdutória para explicar essas questões e as situações externas, se dão de forma estendidas e podem ser insuficientes ao longo da expectativa da produção.
A atuação de Navid Negahban é um dos maiores destaques no elenco escolhido para a produção. O ator entrega o drama e emoção na medida certa e prende a atenção do telespectador na produção durante o tempo de tela. Ele com certeza é a melhor escola diante de todo o elenco, mesmo que Butler seja um protagonista completamente eficaz.
“Missão de Sobrevivência” é um filme de ação e suspense que promete trazer muitos apelos emocionais e conteúdo ao telespectador. Ao mesmo tempo, ele revela uma fotografia notória, cenas de tirar o fôlego e com suas ressalvas, se adequa suficientemente a proposta sugerida.