Crítica – “Não Tem Volta” é uma comédia realmente engraçada e repleta de aventuras

O longa é estrelado por Manu Gavassi e Rafael Infante.

Não Tem Volta via Star Original Productions
Não Tem Volta via Star Original Productions

César Rodrigues é conhecido por uma série de boas produções nacionais como “Minha Mãe É Uma Peça 2” e “Modo Avião”. Dessa vez, ele encara um novo desafio ao misturar comédia e ação no longa “Não Tem Volta”. Com o protagonismo de Rafael Infante e Manu Gavassi, o longa consegue suprir o gênero proposto e mostra mais uma obra bem executada do cineasta.

Henrique (Rafael Infante) é um homem completamente desenganado após se separar de seu grande amor Gabriela (Manu Gavassi). Ele toma uma medida drástica para acabar com a sua vida, uma vez que não tem coragem de se suicidar. Muitas reviravoltas surgem em sua trajetória e ele começa a repensar e bolar novas estratégias para achar uma volta em um trato que não tem.

Um dos pontos que mais chamam atenção na trama é o desenvolvimento da narrativa em relação a conexão dos acontecimentos. O roteiro de Fernando Ceylão se esforça nitidamente para entregar boas soluções a cada uma das problemáticas que o propõe. As ressalvas são voltadas para a inserção de histórias paralelas, que não casam bem com a trama principal do casal e em partes parecem estar jogadas apenas para agregar alguma participação no contexto.

Para que a atmosfera de Sr. & Sra. Smith (2005) fosse bem criada, era necessário que o filme apresentasse um bom casal principal. No entanto, o destaque se dá totalmente a Henrique, que consegue arrancar as principais risadas do público. Esse é o principal destaque do longa: é uma comédia que promete e entrega diversão, sem soar forçado, as piadas são espontâneas e mantém os telespectadores atentos a tela porque todo o contexto gera um mistério interessante.

Outro ponto positivo da trama é que a história não se perde, mesmo que alguns contextos pareçam jogados. Especificamente a história do Tio de Henrique e a inserção teatral não faz tanto sentido para a produção, mas todos os outros momentos em que o casal vive, é nítido ver que cada peça da narrativa foi bem construída a ponto de exercer bem a proposta de migrar entre ação e comédia.

“Não Tem Volta” administra bem o tempo de tela ao concluir a história

O filme possui um desafio complexo: administrar bem alguns plot twists e ao mesmo tempo manter a essência da proposta de comédia. Para isso, o longa se sai bem no tempo de tela, sem ser uma obra pesada ou confusa. O começo, meio e fim ficam bem marcados com boas finalizações de cada arco da produção.

Dentro desse limite, também há uma série de reviravoltas que precisam ser bem sustentados e a forma descontraída da produção consegue lidar bem com a leveza dessa necessidade. Dessa maneira a finalização é divertida, interessante e curiosa. É um feito muito empolgante para a obra brasileira.

Para seguir essa estética, as paisagens e características essencialmente brasileiras são um grande atrativo. Os cenários caminham entre Rio de Janeiro e a Bahia, é nessa perspectiva que o filme alcança alguns dos seus melhores pontos, pois consegue versar bem sobre a fotografia desejada e ainda encanta o telespectador ao casar surpreendentemente esses pontos com uma trilha sonora marcante e característica.

“Não Tem Volta” é um filme divertido e intrigante que funciona muito bem com o público brasileiro. Com destaque para a atuação de Rafael Infante, o longa se adequa bem à proposta sugerida. As paisagens brasileiras e o tom divertido são outro destaque e por fim, apenas algumas narrativas paralelas não tão bem encaixadas se enquadram como uma ressalva da produção.