Crítica – “Hypnotic – Ameaça Invísivel” é uma ação imprevisível
"Hypnotic - Ameaça Invisível" é um filme de ação com boas surpresas, elenco que se destaca mas com uma execução confusa.
Alice Braga estrela o novo filme “Hypnotic – Ameaça Invisível” e mostra como o protagonismo brasileiro é um destaque emocionante no cinema internacional. Após Bruna Marquezine, a atriz se sobressai ao co-protagonizar o longa com Ben Affleck, que como o esperado, entrega uma atuação impecável. A produção apresenta diversas confusões mentais que se perdem de forma imprevisível no meio do longa, mas ainda assim conquista a atenção do telespectador.
A história é centralizada no conceito dos hipnóticos, uma série de pessoas dotadas de uma capacidade mental que é capaz de controlar as pessoas e a realidade ao ser redor com o poder de poucas palavras e um olhar assertivo. Quando a filha de Danny Rourke (Affleck) é sequestrada, o detetive tem problemas para retornar ao trabalho e no primeiro dia já descobre uma ameaça que pode levar até o desaparecimento de sua garotinha.
A primeira instância, a produção parece simples e uma ação normal com até alguns furos de roteiro. No entanto, a direção de Robert Rodriguez se mostra impressionante, ele vem trabalhando nessa história desde 2002 e a ideia é que as pontas soltas estejam arranjadas. Com diversos plot twists que realmente funcionam, ele consegue explicar bem o sentido de cada passo, mas ainda assim deixa o contexto confuso por apresentar muitas informações importantes para o decorrer da história de forma corrida e rápida.
Nas primeiras reviravoltas o público tem uma surpresa tão grande que direciona a atenção para o conceito original de hipnóticos. Ao mostrar a construção de cenários projetados de forma proposital, a produção vai entregando novas informações que são muito empolgantes. O problema começa na tentativa de solucionar todos os problemas levantados na primeira descoberta da agência de hipnóticos.
Nesse meio tempo, é necessário o uso de uma série de recursos gráficos para demonstrar as distorções e mesmo que a fotografia tenha uma identidade visual específica e não tão agradável, o filme não sofre de um CGI fraco, muito pelo contrário. Os efeitos são sustentáveis com o tom genérico da obra e entregam uma boa perspectiva para o telespectador.
O elenco de “Hypnotic – Ameaça Invisível” é um grande destaque na produção
Para as reviravoltas serem tão deslumbrantes, os atores precisaram entregar uma performance que deixasse claro a mudança completa de personalidade dentro de realidades diversas. Alice Braga e Ben Affleck são protagonistas que desempenham bem esse papel e intrigam o público que se questiona constantemente sobre o verdadeiro caráter de seus personagens.
Os personagens secundários conversam bem, entregando uma dinâmica muito favorável no elenco. J. D. Pardo é um outro destaque interessante, apesar de seu personagem não ter tanto tempo em cena, é possível ver que sua performance é um grande ganho para o longa no geral.
Dentro de um roteiro confuso, a história se sobressai com uma ação rápida e cheia de plot twists. Pelas últimas cenas, é possível ver que existe um gancho para uma continuidade. Espera-se que o longa consiga explicar de forma mais calma algumas construções que foram desenvolvidas com muita pressa e pouco seguimento.
“Hypnotic – Ameaça Invisível” é uma ação bem feita e cheia de boas surpresas. A trama conta com uma grande performance do elenco, principalmente dos protagonistas Braga e Affleck. No entanto, o filme tenta explicar muitas coisas de maneira muito rápida e se torna confuso em sua execução.