Crítica – “A Menina Que Matou Os Pais – A Confissão” traz um desfecho impressionante para a trilogia

O longa do Prime Video conta o caso de Suzanne Von Richthofen.

A Menina Que Matou Os Pais - A Confissão via Prime Video
A Menina Que Matou Os Pais – A Confissão via Prime Video

Poucos sabem que a ideia inicial da história de “A Menina Que Matou Os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais” era uma estratégia para passar dois filmes nos cinemas com um preço de um apenas um ingresso. Devido a pandemia, a produção foi disponibilizada no Prime Video e por isso ambos parecem dois longas complementares e confusos. “A Confissão” é o terceiro, que já está disponível e vem trazer um desfecho impressionante para as produções que contam o caso Von Richthofen.

No terceiro longa, o público já está familiarizado com os personagens principais que dão vida ao casal Daniel Cravinhos e Suzanne Von Richthofen. Só que dessa vez, a produção mostra o caso após o crime até o julgamento definitivo. E para tal performance Leonardo Bittencourt e Carla Diaz entregam uma atuação mais desenvolvida do que nos dois primeiros longas.

A primeira cena já mostra que o filme foi feito para superar expectativas. Naturalmente os telespectadores já se atraem por produções que destrincham detalhes de crimes reais. Quando o casal se juntou ao irmão de Daniel para matar os pais da garota Manfred e Marísia, o Brasil ficou chocado em 2002 com as informações e a frieza de Suzanne, bem representada por Carla Diaz no novo longa.

Os aspectos que mais chamam atenção é a própria fotografia do longa, a trama ganha uma riqueza maior de detalhes, com uma nítida edição aprimorada em relação aos outros. Para contribuir com esse ambiente mais explícito, as músicas conseguiram exprimir o melhor da história e do jeito dos personagens, a trilha sonora tem um grande destaque que se sobressai aos anteriores também.

Como diversas produções, pode-se dizer que o ponto fraco foram os figurantes. Apesar de não ser tão relevante, era nítido que as atuações secundárias não sustentaram os personagens principais. Muitos policias ficaram forçados e incongruentes com a dinâmica dos outros artistas. Esse tipo de incômodo é mais técnico do que alarmante ao telespectador, mas não deixa de ser uma falta de atenção em alguns pontos.

Diferente do que se espera de True Crimes brasileiros, a produção teve um fluxo de roteiro muito bem conectado e nada cansativo. Ilana Casoy e Raphael Montes conseguiram imprimir bem os fatos dentro da duração em tela. sem exageros ou grandes furos. Junto da direção minuciosa de Mauricio Eça, o terceiro longa entrega uma história extremamente satisfatória e visualmente empolgante e coerente.

O maior show de “A Menina Que Matou Os Pais – A Confissão” foram as performances principais

A química do elenco principal é de longe uma das partes mais importantes da produção. Os atores consegue encarnar as emoções confusas e contraditórias que os criminosos viveram. Em especial a equipe de delegados demonstram uma ótima colocação, principalmente no julgamento. Bárbara Colen dá vida a Delegada Helena e deixa claro a alta qualidade de uma policial investigativa.

Leonardo também segue mostrando um Daniel inocente e quase sem culpa. Mesmo com o crime, ele entrega um personagem que mais parece culpado do que criminoso. Ainda assim, a grande estrela da história é Carla Diaz, que revela uma Suzanne extremamente parecida com as descrições: controladora, sínica, envolvente e hipnotizante.

A verossimilhança com o crime real é outro ponto forte da produção. Algumas cenas foram tão parecidas, que era possível comparar e se recordar diretamente dos noticiários da época, ou das inúmeras matérias especiais que os programas de televisão faziam sobre o caso. A equipe de montagem mostrou uma excelência dentro da produção brasileira que ganha grande destaque dentro do gênero no país.

“A Menina Que Matou Os Pais – A Confissão” é a prova de que os filmes brasileiros conseguem ser tão bons quanto produções internacionais, ainda mais nessa temática tão amada pelos telespectadores. Com pouquíssimas ressalvas, o longa supera as expectativas ao entregar o desfecho de um triste crime brasileiro, que é representado de uma ótima maneira por bons atores e uma fotografia impecável.

Estagiária, produtora de conteúdo, uma garota que ama séries, filmes, livros e música e fala muito sobre histórias. A minha história está lá no Instagram! E-mail: [email protected]