Crítica – “Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” promete terreor e entrega uma simples adaptação

Five Nights At Freddy's via Universal Pictures
Five Nights At Freddy’s via Universal Pictures

“Five Nights At Freddy’s” é um jogo bem famoso entre os internautas e sua história já é conhecida pelo público específico. Emma Tammi está a frente do desafio de contar essa história em uma adaptação e conseguir agradar os dois universos: os fãs e as pessoas que ainda não conhecem detalhes do game. A produção é vendida como um terror, mas na sua concretização o telespectador sente falta dessa promessa.

O longa mostra pela primeira vez os personagens do jogo que foi lançado em 2014. Em sua aparição introdutória nas telas de cinema, as características se mantém e a história do clássico restaurante Freddy Fazbear’s Pizza é desenvolvida, acrescentada aos dramas de Mike Schmidt (Josh Hutcherson), que se torna o novo segurança do local. Os traumas do rapaz se conectam com a história assustadora das crianças que desapareceram durante os anos 80.

A primeira cena tenta causar um grande impacto que é quebrado ao longo da narrativa. A trama segue com um drama familiar entre Mike e sua irmã, apesar da forte condução desse lado da história, a produção se perde ao tentar equilibrar o suposto terror sugerido em meio a um suspense com ação. No final das contas, o filme promete uma sucessão de acontecimentos sucessoras e se torna um pesadelo sem fim com um enredo previsível e nada assustador.

O potencial da construção é sinalizado pelos indícios de que os personagens poderiam ser mais bem aproveitados. A premissa da ideia é muito boa e se fosse executada com fidelidade ao gênero, teria um resultado compatível e até esperançoso. No entanto, há muitas fraquezas nos furos do roteiro e na falsa ideia de que o telespectador compraria facilmente cada fácil resolução que são apresentadas na narrativa.

Em contrapartida, a produção exerce uma boa fotografia que se torna o ponto principal. Os efeitos são bem feitos e se destacam com um tom de realidade que realmente gera impacto. Tais benefícios poderiam ser melhor aproveitados se a estética de horror fosse o foco. O jogo causa uma série de “jumpscares”, ou seja, sustos que levam as pessoas a pularem de seus acentos e o filme não causa efeito algum sobre o telespectador, com ressalvas bem pequenas.

“Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” é para crianças?

Naturalmente o jogo agrada principalmente o público infanto-juvenil. A indicação é de que a trama é um filme de terror para maiores de 13 anos e de fato a classificação indicativa exerce bem o papel de direcionar para qual público o longa foi feito. Apesar da fraqueza de horror, crianças mais novas que gostam dos bonecos de Freddy’s podem se assustar com a exibição da trama e da história, mesmo que já saibam uma prévia pelo jogo.

No entanto, esse fato não poderia ter sido decisivo na hora da escrita da produção. Não há confirmações de que o longa foi feito pensando nisso, mas ao assistir e enxergar o quão simplória a produção se dá, a sensação é de que ele foi produzido para adolescentes. Muitos elementos poderiam ter turbinado a produção, começando pela trilha sonora que só tem um pequeno destaque com as sonoras dos próprios personagens, mas de resto falha em criar um ambiente mais assustador e realista.

Por fim, há fortes indícios de que o longa possa ter uma história mais bem desenvolvida em continuações que se atentem as falhas de roteiro e também a leveza de resoluções que poderiam ser mais fundamentadas, uma vez que a narrativa tem todos os instrumentos para ser boa.

“Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” é um filme fraco que possui uma história em potencial. A sensação é de que o longa não consegue atingir seu potencial máximo por falta de adequação a proposta sugerida. Nem a fotografia brilhante consegue salvar a produção, mas há esperança para continuações mais fundamentadas e desenvolvidas.

Estagiária, produtora de conteúdo, uma garota que ama séries, filmes, livros e música e fala muito sobre histórias. A minha história está lá no Instagram! E-mail: [email protected]