A dupla de roteiristas Jon Hoeber & Erich Hoeber, também responsáveis por “Transformers: O Despertar das Feras”, retorna ao segundo filme de Megatubarão para mostrar mais uma vez como se faz uma ação fantasiosa. A sequência apresenta uma proposta diferente, que mantém a essência da história com algumas ressalvas.
Dessa vez, o protagonismo do Megatubarão não é mais o tema central da história e sim uma série de conflitos éticos e corporativos da equipe/família de Jonas Taylor (Jason Statham). Em meio a missão de descobrir novos seres desconhecidos no oceano, eles lidam com uma grande traição de alguns membros que utilizam das descobertas para explorar perigosamente e ganhar dinheiro em cima da natureza.
Já nos primeiros minutos em tela, o filme dirigido por Ben Wheatley consegue prender o telespectador e mostra uma boa construção do gênero. A ação desenvolvida no longa é fortalecida por uma série de criaturas que ao mesmo tempo que assustam os personagens, também criam o arco mais interessante da história.
Na medida certa, o filme versa sobre momentos de tensão, comédia, perseguição e equilibra com um conteúdo pessoal envolvendo família, lealdade e valores. Dessa forma, a perspectiva da trama se dá em eixos que não são maçantes e possuem dinâmicas que funcionam bem com a proposta da produção. O que é fortificado pela presença de um bom corpo de atuação.
Jing Wu e Shuya Sophia Cai são alguns dos destaques nas atuações, juntos eles conquistam uma nova dimensão na relação tio e sobrinha e rendem boas perspectivas para a narrativa. As pequenas aparições de Page Kennedy como DJ são uma surpresa boa e que rendem cenas descontraídas necessárias em meio as tribulações que o longa apresenta.
Jason Statham entrega mais uma vez lutas bem coreografadas e um senso paterno diferente. É possível enxergar o personagem mais humano na sequência, mas ele não garante tantas surpresas diante do que já foi visto no filme anterior, inclusive em outras produções em que ele desempenha um papel muito parecido.
Devemos esperar muito da fotografia de “Megatubarão 2”?
Propostas de ação que ousam com elementos gráficos em um meio “real” são arriscadas. Não se deve esperar grandes coisas de filmes que não prometem produções verossímeis e sim uma dimensão de experiência e tensão no telespectador. Dessa forma, o filme não entrega a melhor fotografia, principalmente no que se tange a alguns cenários onde há uma nitidez do uso do fundo verde.
Esses elementos gráficos são deixados de lado com cenas rápidas e muito movimentadas. Há uma técnica de muitas informações, para deixar algumas superficialidades de lado. Em partes, isso funciona, mas em determinados momentos o aspecto se torna muito artificial.
As criaturas conseguem atingir uma boa computação gráfica, a única coisa que as prejudica são a montagem do cenário. Tendo em vista a premissa da obra, esse se enquadra como um dos únicos defeitos que ela comete. Apesar das ressalvadas com a série de informações apresentada no roteiro de forma rápida, a conclusão dos arcos é bem feita a ponto de uma fácil compreensão.
“Megatubarão 2” é um filme que entrega uma ação de verdade, cheia de perseguições, cenas bem coreografadas e que de fato prendem a atenção do telespectador na tela. Esse feito notável é de grande destaque, uma vez que o enredo equilibra bem o conteúdo narrativo com os momentos de impacto e luta, atendendo bem a proposta de uma ação descontraída.
Com algumas ressalvas aos cenários, o filme se encaixa de forma concreta e coerente no gênero e não apresenta um conteúdo maçante ou sem conexão. Por fim, a obra desempenha um papel esperançoso para continuações que não forcem a barra e mantenham uma essência intrigante.