A família de Bruce Willis divulgou, na tarde desta quinta-feira (16/02), que o astro de Hollywood teve uma piora em seu estado de saúde. Em 2022, ele se aposentou do cinema após receber o diagnóstico de afasia; no entanto, a doença progrediu para a demência frontotemporal.
“A afasia progressiva primária é um tipo de demência frontotemporal, um conjunto de distúrbios relacionados que resulta da degeneração dos lobos frontais ou temporais do cérebro, que incluem tecido cerebral envolvido na fala e na linguagem”, disse o Pós PhD neurocientista Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela em declaração exclusiva ao HIT SITE.
Segundo o especialista, um dos problemas da doença diagnosticada em Bruce Willis é a dificuldade em dar um diagnóstico preciso. “Não há um teste único para demência frontotemporal. Os médicos procuram sinais e sintomas da doença e tentam excluir outras possíveis causas. O distúrbio pode ser especialmente desafiador para diagnosticar precocemente porque os sintomas da demência frontotemporal geralmente se sobrepõem aos de outras condições”.
Como conviver com a demência frontotemporal
A demência frontotemporal é uma doença progressiva para o qual não há nenhum tratamento disponível até o momento, como a própria família de Bruce Willis afirmou no comunicado publicado nas redes sociais. Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela explicou, no entanto, como é o tratamento para a condição, conhecida também como FTD.
O tratamento envolve programas de reabilitação da linguagem, principalmente a partir da fonoterapia. Não há cura para FTD e nenhuma maneira de retardá-la ou evitá-la. No entanto, existem maneiras de ajudar a controlar os sintomas, que incluem mudanças de comportamento, fala e movimento.
Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela, neurocientista
Um trecho do comunicado compartilhado em conjunto pela esposa e ex-esposa de Bruce Willis no Instagram, Emma Heming Willis e Demi Moore respectivamente, fala sobre a dificuldade em fazer o acompanhamento de alguém diagnosticado com a demência frontotemporal. “FTD é uma doença cruel da qual muitos de nós nunca ouvimos falar e pode atingir qualquer pessoa. Para pessoas com menos de 60 anos, a FTD é a forma mais comum de demência e, como o diagnóstico pode levar anos, a FTD provavelmente é muito mais prevalente do que sabemos”, diz o texto.
“Hoje não há tratamentos para a doença, uma realidade que esperamos que possa mudar nos próximos anos. À medida que a condição de Bruce avança, esperamos que qualquer atenção da mídia possa se concentrar em iluminar esta doença que precisa de muito mais conscientização e pesquisa”, prosseguiu o comunicado, que reverberou no mundo inteiro e causou uma onda de solidariedade ao ator.
Como controlar os sintomas da doença?
Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela citou as três principais formas de cuidar de uma pessoa que sofre com a demência frontotemporal. Confira:
- Gerenciando mudanças de comportamento no FTD. Tente reconhecer que é a doença “falando” e aceite, em vez de desafiar, as pessoas com sintomas comportamentais. Discutir ou raciocinar com a pessoa não ajudará; eles não conseguem controlar seus comportamentos ou mesmo ver que são incomuns ou perturbadores para os outros.
- Tratando problemas de linguagem em FTD. Para ajudar com problemas de linguagem, fale devagar e com clareza, use frases simples, espere pelas respostas e peça esclarecimentos se não entender alguma coisa. Gesticular, desenhar e usar um álbum com fotos de pessoas e objetos identificados pode ajudar na comunicação sem falar. Um fonoaudiólogo pode determinar as melhores ferramentas e estratégias para uma determinada pessoa.
- Gerenciando problemas de movimento em FTD. Vários tipos de FTD causam problemas de movimento, incluindo dificuldade de equilíbrio, caminhada e deglutição. Medicamentos e terapia física e ocupacional podem fornecer alívio modesto para os sintomas de movimento da FTD. Um médico especializado nesses distúrbios pode orientar o tratamento.