Cada vez mais diversas plataformas na internet tem adicionado ao seu hall de ferramentas recursos que permitem acelerar em até 2x vídeos e áudios, uma funcionalidade que pode parecer mais uma praticidade também pode contribuir para o aumento da ansiedade. YouTube, WhatsApp e streamings como Netflix, por exemplo, já aderiram à função.
Por serem funções relativamente novas, ainda não há estudos sobre o impacto da aceleração de vídeos e áudios no cérebro, mas esses recursos fazem parte de um grande processo de estímulo à ansiedade na internet.
Limitações de caracteres, o sucesso de vídeos curtos nas redes sociais, músicas em versões aceleradas viralizando, todos esses processos colaboram para um aumento a ansiedade pelo estímulo à necessidade de acelerar tudo para encontrar respostas ou atingir objetivos o mais rápido possível, o que muitas vezes também é transferido para a vida real.
Neurocientista explica como função pode aumentar a ansiedade
O Pós PhD Dr. Fabiano de Abreu Agrela explica os impactos para o seu cérebro de acelerar mídias e como isso impacta na ansiedade. “Quando você usa as ferramentas de aceleração de áudio e vídeo de forma constante e indiscriminada, você está ‘treinando’ o seu cérebro para assimilar informações de forma acelerada, a viver de forma acelerada“, diz ele.
“O que está por trás da necessidade de acelerar o episódio de uma série se não a ansiedade incontrolável de saber o que acontece na cena seguinte? Mas isso esbarra em uma limitação, não é possível acelerar a vida real, o que faz com que o cérebro, moldado pela velocidade da internet, encontre barreiras para funcionar nesse mesmo ritmo no mundo real”, afirma o Dr. Fabiano.