Lollapalooza! Afinal, o que é esse festival, da onde veio, pra onde irá e que raios significa esse nome? Essas foram algumas coisas que eu perguntei quando comecei a ver por aí várias pessoas falando da line-up desse ano, com um headliner de peso, mas que já foi motivo do quase fim do Lolla.
Em primeiro lugar, a palavra Lollapalooza tem origem no inglês americano, era uma expressão idiomática que significa “uma pessoa, evento ou coisa extraordinário, uma situação ou exemplo de algo que é excepcional”, e virou o nome de um festival de música só em 1991, quando os integrantes da banda Jane’s Addiction decidiram que iriam fazer sua última turnê. Ao contrário do que é hoje, o Lolla era uma turnê completa mesmo, que passava por vários estados dos Estados Unidos e do Canadá.
E, quem diria, essa é apenas uma das inúmeras diferenças entre o festival de 1991 e o festival como é hoje. As bandas que tocavam nessa turnê eram, em sua maioria, bandas de rock desconhecidas do público em geral, e o Lolla acabava servindo como plataforma para que muitas pessoas lançassem suas bandas e ganhassem os fãs que tanto queriam.
Bandas mainstream como o Metallica (headliner desse ano), por exemplo, não eram bem vistas pelos frequentadores do festival, e foi o motivo para o principal fundador do Lolla ─ Perry Farrell ─ desistir do tour em 1996 e só voltar em 2003.
Além de tudo isso, o Lolla contava com várias atrações além da música. Tinha apresentações de um circo de bizarrices ─ o Jim Rose Circus (dá um Google nesse nome para você ter uma noção), que provavelmente jamais poderia fazer parte do line-up atual, tinha exposição de arte, monge Shaolin, organizações não-governamentais argumentando a favor ou contra alguma causa, enfim, tinha um pouco de tudo.
Hoje, a coisa é um pouco diferente. Apesar de contar com muitas bandas de rock, não dá pra negar que o público principal mudou, se diversificou, e o Lolla virou um festival para bandas desconhecidas de todos os gêneros, e que não conta com tantas atrações alternativas (às vezes, nenhuma) quanto antes ─ algo que teria sido legal manter, na minha singela opinião.
E, claro, não podemos esquecer de questões mais, “práticas” do festival, por assim dizer. Uma coisa muito importante que mudou drasticamente desde 1991 foi o preço. A entrada para a turnê do Lollapalooza custava a bagatela de US$25. Vinte e cinco dólares. VINTE E CINCO DÓLARES. Bem diferente dos NOVECENTOS REAIS cobrados hoje. Beeeem diferente. Além disso, não tinha nada de área vip e área x, y ou z. Todo mundo pagava o mesmo valor pelo mesmo serviço.
Sinceramente, gostaria de poder ter ido num dos Lollas lá da década de 90, e hoje fazer uma comparação digna (até porque queria ver o Kurt Cobain ao vivo ─ sim, ele foi no Lolla). Confesso que seria legal ter algumas coisas de volta, como as atrações não-musicais e, bem, uma entrada mais barata, mas, ainda assim, não dá pra fingir que não é um festival de peso, e que todo mundo quer ir (mesmo reclamando do preço e das bandas desconhecidas).
Com bandas como Metallica, The XX, The Chainsmokers, The Weeknd, Duran Duran, e artistas como Criolo, Céu e Vance Joy, uma coisa está garantida: tem um pouco de tudo pra agradar todo mundo. Mas se a organização do evento topar acrescentar umas atrações alternativas como era no início, eu que não vou reclamar. Fica aí a dica!