Após o cantor sertanejo Zé Neto, dupla com Cristiano, soltar ofensas contra a cantora Anitta e alfinetar artistas que depende da Lei Rouanet na última quinta-feira (12), o jornalista Demétrio Vecchioli usou sua conta no Twitter para expor uma série de valores que a dupla recebeu de prefeituras de cidades do interior brasileiro sem licitação.
Em sua fala durante um show na cidade de Sorriso, em Matogrosso, Zé Neto apoiou a decisão do presidente Bolsonaro de vetar a lei que repassa verbas ao setor da cultura.
“Nós somos artistas e não dependemos de Lei Rouanet, nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta e o Brasil inteiro canta com a gente”, disse Zé Neto.
Porém, justamente em Sorriso, um contrato com a prefeitura comprovou o repasse público de R$ 400 mil à dupla. O jornalista Demétrio Vecchioli publicou, por meio de seu perfil oficial no Twitter, este e outros contratos que ele afirma ter encontrado no Google. Os prints revelam valores de R$ 250 mil de Itabaiana (SP), R$ 253 mil de Colina (SP), R$ 320 mil em Uruana (GO), entre outros. Somados, alguns desses valores chegam a R$ 3 milhões.
O jornalista ainda comentou sobre a dupla sertaneja negarem o uso da Lei Rouanet e utilizar dinheiro público em seus shows:
“É errado receber dinheiro público pra fazer show? Não é. É lazer pra população. Mas, se for falar contra a Rouanet, então abre mão dessa grana. Se não é demagogia”, escreveu Demétrio.
Demétrio ainda explicou que a diferença no repasse de verbas públicas no caso da Lei Rouanet, quando artistas concorrem em edital público, após apontarem três orçamentos e, caso aprovados, são autorizados a pedir doações de empresas privadas. O valor pago pela Lei Rouanet aos artistas vem da dedução de impostos das empresas. No caso de Zé Neto e Cristiano, as prefeituras pagaram por inexigibilidade, quando a lei prevê contratos diretos sem licitação.
Algumas pessoas aproveitaram as informações publicadas pelo jornalista para complementarem com outros fatos – veja abaixo: