“Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” é o segundo longa da trilogia de Miles Morales. Dessa vez, a história do Miranha é aprofundada, repleta de referências ao universo e a repercussão que a figura do personagem causa na contemporaneidade. A direção de Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin Thompson conta com variantes inéditas, o longa garante a alta expectativa na história, mas deixa muitas respostas em aberto.
Miles Morales (Shameik Moore) é um Homem-Aranha do Brooklyn que teve a sua história introduzida no primeiro longa de 2018. Dessa vez, ele atravessa o multiverso na tentativa de encontrar o seu lugar e se aproximar de sua amiga mulher-aranha Gwen Stacy (Hailee Steinfeld). Para isso, ele descobre mais variantes do Miranha e tentam lidar com as consequências de suas próprias caminhadas.
O novo vilão Mancha consegue trazer para o filme, o tom necessário que a obra dispõe. Ele é uma criação do próprio Miles e a história do longa circunda suas escolhas, sua família e as próximas decisões acerca das ameaças que ele enfrenta. Isso não significa que o filme é completamente protagonizado pelo personagem. Dessa vez, Gwen ganha um destaque bem elaborado e muito empolgante ao telespectador.
A estética do filme há muitas semelhanças com a primeira produção. Um dos maiores e mais interessantes destaques é que a identidade visual é literalmente uma história em quadrinhos. Desde os efeitos, até a forma que os personagens são apresentados e a representação direta de HQs para introduzir os novos personagens que possuem muitas particularidades.
No entanto, essa mesma comparação com o primeiro filme também pode ser um pouco decepcionante. Isso porque o telespectador tem uma base ao olhar para o longa, espera-se que o visual tenha a computação gráfica próxima da realidade, mas dessa vez o filme é um total desenho animado com aspectos embaçados em algumas cenas.
O cenário muitas vezes parece que o longa está sendo rodado para uma versão 3D sem óculos, mas essa é a estratégia da nova produção. A ideia é mostrar que uma nova dimensão possui uma grafia totalmente diferente, mas na prática parece que a produção tem uma queda na qualidade de algumas cenas, por abusar da fotografia com novos elementos, um aprofundamento do Aranhaverso e suas dimensões.
Dentro disso, a história também não se assemelha ao que foi contado antes. Isso funciona bem, porque o roteiro de Phil Lord e Christopher Miller consegue adaptar bem o longa que funciona como um intermédio entre o começo e o fim do contexto de Miles. Ainda é possível enxergar um contexto coerente, no entanto, há muitas respostas no final que só serão respondidas com o lançamento do terceiro em março do próximo ano.
Esse ponto é positivo, pois o telespectador já sabe o que esperar do próximo. A parte negativa envolve o momento em que a narrativa apresenta muitas informações em pouco tempo de tela, rico em detalhes e ao mesmo tempo pode gerar certa confusão no telespectador desatento, que deve agir mais racionalmente do que emocionalmente, se quiser entender o filme.
As Pessoas-Aranha e a Trilha Sonora são a melhor missão do Aranhaverso
A grande novidade do novo filme é a expansão do Aranhaverso com diversas variantes. É como assistir Loki e ver o quanto a abertura do multiverso é rica para as clássicas histórias do cinema. É fácil de afirmar que o melhor personagem da indústria cinematográfica, para ter um multiverso, é o Homem-Aranha.
Isso porque a figura dos quadrinhos e filmes já conquistou diversas realidades como propagandas, fantasias, memes, referências, marcas, objetos e etc. O novo longa tenta contemplar tudo isso em uma breve homenagem ao personagem por sua trajetória, inclusive em relação a outras produções que ele já viveu. Ver a construção e a riqueza de detalhes por ter tantos personagens, é algo muito prazeroso no tempo de tela.
Essa riqueza de elementos somada a trilha sonora de grande qualidade, torna a produção uma das melhores animações após o lançamento da primeira parte em 2018. Os efeitos sonos e a escolha das músicas são igualmente notórias e trazem um destaque pela coerência e envolvimento com o telespectador no tempo de tela.
Tal fato acontece principalmente porque a história de Gwen tem um foco nos dois primeiros atos do filme. Ela é uma personagem que sonhava em tocar em uma banda e se sentir parte desse grupo e ao fim das contas, ela constrói seu próprio grupo para salvar o mundo e seguir o propósito de Miles. Tudo isso em um grande estilo musical e de fotografia.
“Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” homenageia o personagem e no geral, é uma produção de grande estilo. O destaque musical se equipara a história que possui um roteiro bem feito e empolgante. A imagem deixa a desejar em alguns pontos e a sensação de necessidade de conclusão pode ser um fator de incomodo. No entanto, as expectativas para o fim da trilogia em março do ano que vem, aumentaram significativamente e o longa manteve o sucesso de execução e adequação a proposta do primeiro.