Você conhece a revista Seiyu Grand Prix? Em primeiro lugar, “Seiyu” é a palavra japonesa para dublador e a revista é justamente sobre a profissão de dublagem no Japão. Em segundo, essa revista costuma fazer anualmente o chamado “Diretório de Atrizes de Voz” e “Diretório de Atores de Voz”, para saber quantos profissionais da área existem no país, entre outros dados sobre a profissão. Segundo as taxas deste ano, 2022 foi o ano com maior número de dubladores no Japão.
No entanto, o dado mais impressionante da pesquisa é que o Japão tem quase o dobro de dubladoras mulheres em relação aos dubladores homens. Em 2001, quando a Seiyu Grand Prix começou sua pesquisa, foram registrados os seguintes números: 225 dubladoras e 145 dubladores. Os dados se referem apenas aos dubladores profissionais, não levando em conta amadores.
Já os números de hoje em dia são os seguintes: 1.030 dubladoras e 655 dubladores. Se por um lado esses dados mostram que a profissão tem sido empoderadora para as mulheres e que ela parece valorizar bastante o trabalho feminino, por outro, os fãs de dublagem levantaram questões importantes sobre a indústria.
O que os fãs de dublagem acharam dos dados?
Alguns comentários de japoneses sobre a pesquisa falavam o seguinte:
“Pode haver muitas dubladoras, mas os trabalhos escolhidos ainda estão concentrados em um pequeno grupo delas.”
“Eu me pergunto o quanto os números seriam reduzidos se fossem para o número que pode ganhar uma vida decente apenas por meio de dublagem.”
“Não consigo ver isso como outra coisa senão saturação do mercado.”
“Quantas dessas atrizes de voz conseguem sobreviver sem um emprego paralelo?”
A indústria do entretenimento no Japão, seja na área de animação, mangás ou dublagem, enfrenta constantes problemas relacionados aos baixos salários e a carga excessiva de trabalho. “A maioria dos dubladores e atrizes, mesmo que cheguem ao status profissional, terão que estar constantemente batendo na calçada para conseguir algum trabalho.” (Via Otaku USA). É uma pena ver uma profissão tão fortemente marcada pela presença feminina, ainda ser tão desvalorizada.