As histórias que lemos em mangás podem ter sido inspiradas nos mais variados materiais. Algumas usam de base fatos históricos, outras usam lendas e mitologia, e algumas se inspiram em séries, filmes e outros mangás. E, os contos de fadas são uma grande fonte de inspiração para os mais diversos mangás, como Sailor Moon ou Fruits Basket. Eles podem estar na base da narrativa da obra, ou aparecerem em arcos específicos.
Esses mangás normalmente fazem uma mistura de histórias infantis com mitologia japonesa, trazendo para a narrativa yokais, lendas urbanas, lições de história dinástica, cultura samurai, cultura de outros países, e muito mais. E, normalmente, os mangás mais marcantes do tipo são os que recriam contos já conhecidos, os subvertem, ou dão uma nova cara para as histórias universais.
Além disso, os melhores são aqueles que resistem à passagem do tempo, se mantendo atemporais e relevantes, não importa a época. Descubra 5 mangás do tipo, inspirados em contos de fadas, a seguir.
5 mangás inspirados em contos de fadas
Kaguyahime
O mangá é baseado em um conto folclórico muito antigo do Japão, também conhecido como O Conto do Cortador de Bambu. Acredita-se que esse conto tenha surgido de forma oral no século 10 e o mangá de Reiko Shimizu, reconta a história da princesa, que dá nome ao conto. Ao ser encontrada por um lenhador, ela passa a ser adotada por diversas famílias até fugir. Kaguyahime chega até uma ilha amaldiçoada em busca de seu amado Yuri. O mangá está longe de seguir o conto original, e a própria princesa do título já é diferente, pois não sabemos seu verdadeiro gênero.
Alice in Borderland
Atualmente mais conhecido por sua adaptação live-action em uma série da Netflix, Alice in Borderland é inspirado no livro de Lewis Carroll, Alice’s Adventures in Wonderland, de 1865. No mangá e na série, acompanhamos Arisu (Alice), que cae em uma toca de coelho e vai parar em um mundo pós-apocalíptica, onde deve participar de um jogo de sobrevivência.
Aqui, o conto infantil vira uma história adulta mais sombrias e cheia de reviravoltas e violência, mas que mantém os temas do original: tédio adolescente, desilusão e medo de crescer.
Sailor Moon
A famosa franquia de Naoko Takeuchi também foi inspirada em contos de fadas. Aqui temos como base a história de amor mitológica grega de Selene e Endymion. Selene é a deusa da lua “que visita o pastor mortal Endymion todas as noites e lança um feitiço de sono eterno para evitar sua morte.” (Via Screenrant)
Sailor Moon também se inspira na história de Kaguyahime, mas modifica ambos os contos para criar algo totalmente único.
“Sailor Moon transcende ambas as fontes de inspiração para se tornar seu próprio conto único de uma jovem heroína feminina. Por exemplo, os personagens e temas LGBTQ+ progressivos em Sailor Moon ajudam a contemporizar os períodos de tempo opressivos em que os originais foram escritos.”
Pretear
Pretear e uma adaptação das histórias dos irmãos Grimm, que também foram a inspiração por trás dos filmes das princesas da Disney. Aqui vemos os sete anões serem substituídos por homens jovens e Cinderela virar uma adolescente que está de luto pela morte da mãe.
Na história, “Himeno, uma garota alienada de 16 anos que luta para se adaptar à morte de sua mãe e ao novo casamento de seu pai com uma madrasta perversa. Intimida em casa e na escola, Himeno conhece Hayate dos Cavaleiros Leafe e descobre que ela é a próxima Pretear, uma figura divina que deve salvar o mundo.”
Sua mangaká, Junichi Sa, disse que fez mudanças na história original pois “o conceito de uma mulher sendo resgatada por um príncipe era muito antiquado para o público moderno.” Em seu mangá, Himeno é quem salva o príncipe.
Ludwig Kakumei
Ludwig Kakumei é um mangá de Kaori Yuki, que possui um protagonista sombrio, o príncipe Ludwig Grimm, que coleciona cadáveres de mulheres. “Quando informado de que deve viajar com seu primo para encontrar uma noiva viva, Ludwig tenta deixar seus hábitos necrófilos para trás para encontrar o amor verdadeiro.”
Ludwig Kakumei é baseado em diversos contos de fadas e funciona como uma paródia deles, mostrando o lado sombrio dos contos, que normalmente são escondidos pela Disney e pelas versões infantis dessas histórias. Segundo a autora, sobre os príncipes encantados dos originais: “Os príncipes não fazem nada, eles não são muito interessantes, e isso era exatamente algo que eu queria revolucionar.” (Via Screenrant)