Ambientada no Rio de Janeiro dos tempos atuais, ‘Fuzuê’ terá seus movimentos e ações concentrados em três bairros: Bairro de Fatima, Barra da Tijuca e Copacabana, com uma diversidade de cenários – dos multicoloridos aos mais monocromáticos -, que acompanham o dinamismo da história e apresentam seus universos de contrastes, de forma natural. “Fuzuê é uma novela divertida, colorida, alegre e muito dinâmica. Ter esses universos separados e bem fáceis de entender visualmente ajudam muito a contar a história”, conta o diretor de arte Daniel Flaksman.
Local por onde todas as tramas irão passar, a loja Fuzuê ganha destaque em meio aos cenários desenvolvidos para a novela por ser um verdadeiro showroom de brasilidade e tropicalismo, a essência de ‘Fuzuê’. “O universo do Nero (Edson Celulari) é colorido. Então, a loja faz uma brincadeira com a temática tropical. O corrimão da escada tem um desenho de abacaxi, as paredes têm folhagens, as colunas do interior da loja são decoradas por palmeiras com LED em volta”, revela Daniel.
A referência de fachada são lojas tradicionais, prédios art noveau no centro do Rio, com vitral em forma de cauda de pavão e uma imponente escultura de gavião no topo, que serviu de inspiração para uma fonte de água que fica dentro da loja da novela. Para o interior da arquitetura, corrimão de latão dourado, balaustrada de serralheria, piso de ladrilho hidráulico e cores que vão do dourado ao verde. Todos muito comuns em lojas e restaurantes antigos do centro da cidade. Nas prateleiras, uma mistura entre o que se encontra no Saara, tradicional área de comércio popular do centro do Rio, com o que é vendido na Feira de São Cristóvão: produtos típicos regionais, artesanato, mas também moda praia, casa etc. Com 16 departamentos, a loja ainda conta com um trono de abacaxi.
Outro cenário de destaque de ‘Fuzuê’, e palco das principais tretas, é o Beco do Gambá, localizado dentro da cidade cenográfica do Bairro de Fátima. Segundo Keller Veiga, responsável pela cenografia da novela, as referências para a criação da casa noturna foram o Buraco da Lacraia, que funcionou por quase 30 anos na Lapa, e o Cine Íris, o cinema em funcionamento mais antigo do Rio. “O Beco do Gambá lembra um pouco os cineteatros tão comuns antigamente. Usamos muitas referências de cinema, principalmente filmes brasileiros, da Atlântida, mas a estrutura dele é a de um cabaré, uma casa noturna”, conta. Na paleta, o tom que mais vai prevalecer será o vermelho. “Um Moulin Rouge meio abrasileirado”, completa o diretor de arte Daniel Flaksman.
O contraste entre os núcleos fica mais em evidência quando entrarem em cena os cenários sofisticados da novela, como os de Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Bebel (Lilia Cabral), mais monocromáticos. “Nesses cenários, usamos uns tons trabalhados com os pastéis, tendendo para cores mais neutras, para os marfins. Usamos também elementos dourados, muita luz embutida e os tecidos são lisos e transparentes”, explica Keller.
Personalidades e histórias de vida, através do figurino e caracterização em Fuzuê
A proposta de Fuzuê é ser uma novela com uma identidade visual que converse bem com seus personagens e seja mais um elemento no contar da história.
A rivalidade entre as personalidades de Luna (Giovana Cordeiro) e Preciosa (Marina Ruy Barbosa) também vai ser marcada pelo figurino. “A Luna é mais solar, usa mais cores, passa mais energia. Como ela trabalha produzindo joias com materiais orgânicos, acaba trazendo isso para o seu estilo. Tudo dela é muito artesanal e sempre vai contar com uma interferência da personagem na maneira de se vestir. Por exemplo, ela compra uma roupa no brechó e sempre encontra uma forma de dar um toque pessoal naquela peça”, conta a figurinista Flavia Azevedo.
Já Preciosa vai seguir uma linha mais clássica, no estilo quiet luxury, que consiste no uso de peças mais básicas, porém de boa qualidade e preço mais elevado. “A Preciosa vai usar cores mais discretas e sóbrias, sem muita extravagância, mas de muito bom gosto e elegância”, diz Flavia.
Esse estilo vai servir de inspiração para Alícia (Fernanda Rodrigues), que tem a Preciosa como “ídola master”. Só que, diferentemente da empresária, a atual Rainha do Fuzuê é um pouco mais exagerada. “Ela tenta seguir o estilo da Preciosa, mas sempre coloca um exagero do mundo da Fuzuê nas suas roupas. Acredito que as mulheres que gostam de se vestir de forma mais extravagante vão se identificar muito com a Alícia”, adianta a figurinista.
A caracterização da personagem também contou com processo de alongamento de cabelo e mechas. “A Alícia é uma personagem leve, divertida, que procura estar sempre na moda, mas é um pouco acima do tom. Então, tivemos a ideia de colocar o cabelo dela mais longo e mechas bem-marcadas. É um cabelo que não sai de moda”, conta a caracterizadora Juliana Mendes.
Mas marcado mesmo ficará o trabalho de caracterização de uma das figuras mais misteriosas da trama, o Cata Ouro, personagem vivido por Hilton Cobra. Para compor o figurino do catador foi preciso buscar referências do passado do personagem. “Hoje, ele é um catador, mas o que ele era antes? Como era no passado? Tinha profissão? Família? O figurino é o resultado de todas essas experiências de vida, uma mistura de peças e acessórios acumulados durante sua caminhada. As sobreposições também funcionam como proteção e disfarce para as ruas onde vive”, conta Flavia. Das ruas, ainda vieram as referências para os tons deste figurino: acinzentados como a poeira, a poluição e a fumaça.
Brasilidade e mistura de ritmos dão o tom à trilha sonora
‘Levanta a mão aê. Prepara pra mexer. Que até de manhã vai rolar o Fuzuê’. O refrão da música escrita e interpretada por Michel Teló especialmente para a trilha de abertura da novela avisa que a nova trama das 19h está no ar. A canção ‘Fuzuê’, inclusive, marca a primeira vez de Teló como intérprete numa abertura de novela.
O mix de estilos, batidas e sons, mas com o toque de brasilidade como carro-chefe, formam a identidade musical de ‘Fuzuê’, que conta com Nani Palmeira na produção musical. Além das inéditas, clássicos foram regravados para integrar a trilha sonora como é o caso de ‘Um Dia de Domingo’, agora, interpretado por Anavitória e Lucas Mamede e que será o tema do casal Luna (Giovana Cordeiro) e Miguel (Nicolas Prattes). A vilã Preciosa Montebelo (Marina Ruy Barbosa) também ganhou, não apenas uma, mas duas músicas para embalar suas artimanhas: ‘Erva Venenosa’, de Rita Lee, e a inédita ‘6 Dígitos’, criada por Maurício Oliveira com os parceiros Ráae e Hyagojam e tendo a cantora Ráae dando voz à canção.
Outra inédita é ‘Borogodó’, do grupo Baiana System com Duda Beat e Tropkillaz, que é um dos destaques da trilha e tema da personagem Rejane (Walkiria Ribeiro) enquanto ‘Feliz, alegre e forte’, de Marisa Monte, acompanha a trajetória da heroína Luna (Giovana Cordeiro). Outros clássicos da MPB também estão presentes como, ‘Carinhoso’, interpretado por Maria Bethânia, ‘Felicidade’ (Elba Ramalho), ‘Meu Mundo é Hoje’ (Tereza Cristina e o Grupo Semente), ‘Pilantra’, parceria de Jão e Anitta, ‘Mal-acostumado’, por Péricles, entre outros.