Com seus 93 anos, a atriz Fernanda Montenegro se destaca como uma das maiores atrizes da história da dramaturgia brasileira, surpreendendo com sua notável capacidade de interpretação, mesmo com o passar dos anos. Desde os anos 1950, Montenegro esteve envolvida de forma ativa em todos os momentos marcantes da história da arte em nosso país, frequentemente desempenhando papéis de destaque. Neste artigo, apresentaremos sete trabalhos fundamentais para compreender a extensão da obra da renomada atriz.
Da época dos teatros em São Paulo nas décadas de 1950 e 1960 até a sua nomeação para o Oscar em 1999, assim como a conquista do Emmy Internacional em 2013, a trajetória da artista é singular em conquistas e marcos no cenário do entretenimento e da arte no Brasil. A habilidade versátil da famosa permite a ela realizar com maestria desde comédias descompromissadas até dramas emocionantes.
Nós do HIT SITE vamos destacar um pouco dessa diversidade com interessantes narrativas para compartilhar a relevância da obra da renomada e querida artista. Confira a seguir:
“Central do Brasil”, com Fernanda Montenegro
Depois do cinema nacional atravessar períodos difíceis na década de 1980 e quase entrar em declínio devido à ditadura militar e à administração Collor, os anos 1990 foram uma espécie de Renascimento para a indústria audiovisual no Brasil. Nessa época, surgiram obras icônicas como ‘O que é isso, companheiro?’, ‘Carlota Joaquina – A princesa do Brasil’ e ‘Pequeno Dicionário Amoroso’. No entanto, o ponto alto desse renascimento foi ‘Central do Brasil’.
No filme, dirigido por Walter Salles e com a participação da artista, é narrada uma das histórias mais genuinamente brasileiras de todos os tempos. Ana (interpretada por Montenegro) é uma professora aposentada que redige e envia cartas para pessoas que não sabem ler na Central do Brasil, localizada no Rio de Janeiro. No entanto, após a morte de uma de suas clientes, ela inicia uma jornada rumo ao interior do Nordeste acompanhada por Josué, agora órfão, na busca por sua família.
A atuação excepcional da artista a elevou a um nível nunca antes alcançado por um intérprete brasileiro: recebeu uma nomeação ao prêmio de Melhor Atriz no ‘Oscar’ de 1999. Embora não tenha vencido, sua performance permaneceu gravada de forma indelével. E ganhar não era necessário para garantir seu lugar na história.
“Casa de Areia”
Lançado em 2005, ‘Casa de Areia’ é um filme dirigido por Andrucha Waddington. O enredo narra a trajetória de duas mulheres oriundas de Portugal, que chegaram ao Brasil em 1910, iludidas pela perspectiva de prosperidade. Ao desembarcarem, deparam-se com uma realidade bem diferente e gradualmente se integram à comunidade local.
No elenco do filme também estão presentes Stenio Garcia, Luiz Melodia, Jorge Mautner, Seu Jorge, Luiz Guerra e a filha da renomada atriz, Fernanda Torres. A produção recebeu indicações a vários prêmios. Nossa protagonista conquistou o prêmio de Melhor Atriz no ‘Festival Internacional de Guadalajara’, no México, graças à sua interpretação extraordinária.
“Doce de Mãe”
‘Doce de Mãe‘ foi concebido por Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo. A trama gira em torno de Dona Picucha (interpretada pela mesma atriz), uma mulher de 85 anos com um senso de humor contagiante, porém teimosia em seu coração. O telefilme explora o relacionamento entre essa notável idosa, seus filhos e o mundo que a cerca. Com a saída da empregada da casa de Picucha para se casar, a matriarca empreende uma batalha contra sua própria família para preservar sua independência.
A produção televisiva recebeu reconhecimento como um dos pontos altos das realizações da Globo na década passada, e também conferiu a famosa artista um prêmio ‘Emmy Internacional’ na categoria de Melhor Atriz. Isso se configura como um dos exemplos mais concretos da amplitude de talento da atriz: ela brilha tanto em comédias quanto em dramas, reafirmando sua posição como uma verdadeira monarca da atuação no cenário brasileiro.
“Amor e Sorte”, com Fernanda Montenegro e sua filha, Fernanda Torres
‘O projeto “Amor e Sorte”, concebido por Jorge Furtado para explorar o contexto do confinamento provocado pelo isolamento social durante a pandemia, traz a famosa artista e sua filha, Fernanda Torres, como protagonistas do episódio inaugural intitulado “Lúcia e Gilda”. No enredo, Lúcia (interpretada por Torres) decide levar sua mãe, Gilda (a veterana atriz), para um isolamento na serra, buscando proteção contra o vírus.’
A magnífica performance da artista e a sintonia evidente com sua filha demonstram que, mesmo aos 90 anos de idade na ocasião, ela ainda é capaz de apresentar atuações excepcionais. A série encontra-se disponível no Globoplay.