Existe algo que está mais presente em nossas vidas do que as emoções? Elas são muito importantes para o nosso convívio social e saúde mental; por isso, é essencial entender mais sobre os processos neurológicos que as formam.
No artigo “A neurociência do cérebro e das emoções”, que conta com a participação do Pós PhD neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela, e publicado por uma das maiores revistas científicas da América Latina, a Revista Multidisciplinar de Ciência Latina, explica melhor o papel do cérebro na formação das emoções.
Os hemisférios cerebrais e os sentimentos
O cérebro humano possui diversos mecanismos que trabalham em sintonia, dentre eles destacam-se os hemisférios direito e esquerdo responsáveis por tarefas distintas. Normalmente, as funções ligadas à linguagem estão no hemisfério esquerdo do cérebro, por isso, se há alguma interferência na comunicação entre ele com o hemisfério direito alguns estímulos podem não ser identificados.
Em alguns experimentos de divisão do cérebro a formação desses sentimentos pôde ser melhor analisada, como o observado por Lendox, que afirmou que os estímulos captados por um hemisfério precisam ser transmitidos diretamente para o outro para que o cérebro possa produzir as emoções, caso contrário ele não conseguirá avaliar a natureza dos sentimos (classificá-los como bons ou ruins).
Estímulos que geram emoções
As emoções podem ser geradas por diversos fatores externos, assistir um filme, por exemplo, música, foto, etc., no entanto, o ser humano só consegue ter sentimentos por algo que valoriza.
“Uma pessoa só tem sentimentos de emoção pelo que considera importante. A emoção começa de dentro para fora e é um impacto que ocorre na mente, gerando sentimentos que geram consciência. É a conjunção desses fatos que se transforma em emoções e essa capacidade emocional pode ser separada da melhor ou da pior maneira possível”.
Dr. Fabiano de Abreu Agrela
Apesar de serem comuns a todos os humanos, esses sentimentos se manifestam de formas diferentes entre homens e mulheres, a intensidade ao valor em que são atribuídos a determinado sentimento variam conforme o sexo.
“Observa-se que as emoções e sentimentos se manifestam de forma diferenciada entre homens e mulheres. As expressões que uma mulher faz diante de uma determinada emoção e ao comparar essa expressão com a de um homem, percebe-se essa diferenciação”, explica o doutor.
“Diferentemente dos homens, as mulheres são mais intensas e, por isso, diante de uma emoção, suas expressões são muito mais emocionais. As mulheres são mais intensas, porém, os homens parecem ser um pouco mais racionais e equilibrados diante de determinadas emoções, e não expressam tanto afeto ou expressões faciais”.
Dr. Fabiano de Abreu Agrela
É importante compreender o processo de formação e interpretação desses sentimentos pelo cérebro para lidar melhor com essas emoções, a neurociência tem evoluído bastante nos estudos sobre as emoções humanas, fornecendo diversas informações importantes sobre os processos que as produzem.