Mauricio de Sousa não foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), frustrando uma legião de fãs no Brasil e no mundo. O cartunista e roteirista não conseguiu votos para ficar com a cadeira 8, até pouco tempo ocupada pela eminente professora Cleonice Berardinelli, grande estudiosa do poeta Fernando Pessoa, que tanto honrou a língua portuguesa e que faleceu no começo de fevereiro.
“Quero parabenizar o novo acadêmico Ricardo Cavalieri por sua entrada na ABL. Nesse processo, todos que amam quadrinhos, eu incluído, ganhamos quando tanto se discutiu sobre a importância dos quadrinhos, seu papel fundamental na formação de leitores e como eles podem contribuir, de diversas formas, com a literatura”, começou Mauricio de Sousa em comunicado enviado à imprensa após a eleição.
Ele prosseguiu: “Agradeço de coração os apoios que recebi nesta campanha e aos que me honraram com seu voto, acreditando na minha proposta para a ABL. Continuarei nesta ideia de trabalhar e aprender com os acadêmicos, assim como vem acontecendo na Academia Paulista de Letras. Um grande abraço a todos que lutam pela valorização dos autores e, principalmente, pela formação de leitores neste nosso Brasil”.
Mauricio de Sousa na ABL
Sua carta de candidatura foi enviada ao presidente da ABL, Merval Pereira, no último dia 10 de março, oficializando o pedido. “Quando jovem, depois que me alfabetizei com os gibis, eu lia um livro por dia e os grandes escritores brasileiros foram minha companhia e me ajudaram a ser o que sou hoje. Quero devolver esse carinho com muito trabalho em prol dos autores brasileiros e também dos quadrinhos”, completa Mauricio.
Segundo Mauricio, a ideia de pleitear a vaga veio quando se maravilhou com os acadêmicos em sua última visita à sede no Petit Trianon no Rio de Janeiro. “Esta candidatura é para reunir esforços com todos os acadêmicos em levar a importância desta entidade secular para que crianças e jovens conheçam mais a nossa literatura e grandes autores que por lá estão e já estiveram”, diz ele.