Desde o diagnóstico de câncer nos olhos da filha, Lua, a jornalista Daiana Garbin publicou um longo desabafo nas redes sociais ao explicar que mudou sua relação com a meditação, além de revelar que parou com a rotina quando a menina nasceu, em novembro de 2020.
“Estou sentadinha aqui no chão do meu quarto porque estava meditando e fiquei com vontade de gravar esse vídeo para vocês. Já contei para vocês que estou tentando retomar minha prática diária de meditação. Quem me acompanha há mais tempo sabe que, antes de a Lua nascer, eu já tinha, há alguns anos, uma prática de meditar todos os dias, e como isso mudou a minha vida, como isso me fazia bem. E depois que a Lua nasceu, com bebezinho no pós-parto fica um pouco mais difícil, mas, especialmente, depois que a gente teve o diagnóstico da Lua, aí que eu não consegui meditar mais. Depois, mesmo quando tentava parar para meditar, não conseguia, ficava muito nervosa, muitas emoções apareciam, era um incômodo muito grande, eu não conseguia meditar”, começou a esposa de Tiago Leifert em uma publicação do Instagram.
A escritora continuou: “Então, agora, estou tentando retomar devagarinho a prática diária e eu estava meditando agora e percebi que estava sendo uma prática muito ruim. Eu estava me sentindo muito inquieta, com uma necessidade de me mexer, eu não estava conseguindo entrar na meditação. E aí pensei: ‘nossa, que prática porcaria! Isso aqui não está adiantando para nada’. E lembrei das palavras da Odisseia, minha orientadora no curso de formação, que, uma vez, eu escrevi no relatório que minha prática tinha sido péssima, que eu não conseguia me concentrar. Aí ela me disse: ‘Daiana, não existe prática boa ou ruim, não existe prática péssima, não existe meditação certa ou errada, o que existe é o que você está vivendo naquele momento. E me lembrei disso na hora, durante a meditação, e aí eu tentei de novo voltar para a respiração. E simplesmente prestar atenção no que eu estava sentindo“.
Daiana Garbin diz que a meditação revela emoções
Ainda em seu relato, Daiana Garbin contou que praticar meditação ajuda a revelar os sentimentos da pessoa. “A prática é uma amostra do seu estado emocional naquele momento. Então hoje é um dia que estou muito ansiosa, hoje é um dia muito importante, essa semana tem sido uma semana difícil e sentei para meditar, não conseguia me concentrar, os pensamentos divagando muito, uma necessidade de responder imediatamente aos impulsos de mexer o corpo, de coçar a cabeça, de mexer a perna, esticar o braço, mexer o pescoço, uma inquietude muito grande, uma ansiedade muito grande, uma angústia. E aí, quando percebi que estava assim, decidi trocar a prática. Em vez de tentar ficar numa prática de postura sem me mexer, comecei a fazer uma prática de autocompaixão. Então comecei a tocar o meu peito com a palma da minha mão, comecei a tocar o meu rosto e tentar acolher tudo o que eu estava sentindo. E aí me fez muito bem“.
“Porque a gente fica esperando a prática perfeita, né? A meditação perfeita, o dia que eu vou conseguir sentar, fechar os olhos e meditar como um monge. Esse dia não vai chegar. E se a gente ficar esperando… Talvez até um dia você tenha uma prática que você considere ótima, mas, se você ficar esperando esse momento, você não vai começar nunca. Então começa hoje, começa agora, fecha seus olhos, se conecta com sua respiração e vê o que acontece. Se permitir uns minutos em silêncio com você mesma, prestando atenção no seu corpo e na sua respiração, pode te trazer respostas muito interessantes sobre emoções e sentimentos que talvez você não esteja vendo. Talvez você não esteja prestando atenção, mas eles estão aí. Então se permita, se dê a oportunidade de fechar os olhos, respirar e cuidar de você. Você merece“, completou a apresentadora.