Lançado no dia 25 de maio, Detroit Become Human foi o novo jogo da Quantic Dream, publicado pela Sony. É o exclusivo PS4 mais atual.
O game tem uma pegada futurista, e se passa na década de 2030 em Detroit, Michigan. Em um futuro não tão distante, androides são fabricados com o intuito de facilitar o trabalhado dos seres humano. Assim, há androides fabricados para afazeres domésticos, para serem babás, ajudantes, lojistas, etc.
Você controla os três protagonistas da história, cujos caminhos frequentemente se entrelaçam. São eles Connor, Kara e Markus (que muitos irão reconhecer de Grey’s Anatomy). Cada um possuí sua própria história, que será explorada em diferentes capítulos, até culminar no final da trama, onde todos eventualmente se encontram.
Connor é um androide detetive, designado para compreender e investigar o crescente número de androides divergentes. Entretanto, ele próprio começa a ficar confuso sobre sua missão, além de sofrer bastante rejeição dos demais policiais que não gostam da presença das máquinas por perto.
Kara é encarregada de afazeres domésticos em uma casa no subúrbio da cidade, onde habitam um pai viciado em drogas e desempregado, que frequentemente culpa os androides por terem tomado sua vaga de emprego, e Alice, sua filha. Kara teve que ser levada para um conserto, devido a um pequeno “acidente” no passado.
Markus é ajudante de um famoso pintor. Com ele, Markus possuí uma relação que vai além de humano – robô, é uma ligação mestre – aprendiz, quase pai e filho. Porém, mesmo sendo bem tratado e tendo uma boa “vida”, Markus sente-se confuso e acha que tem algo faltando.
Você decide o roteiro
Ainda que a história tenha uma base e eventos pré-determinados, as escolhas que o jogador faz no decorrer da trama fará toda a diferença. Dependendo de uma decisão, a história inteira sofrerá consequências, gerando diversos finais para os três protagonistas.
Ao final de cada capítulo, o jogador poderá ver um diagrama, que mostra os diferentes caminhos que poderiam ter sido tomados. A boa coisa é que o jogo não revela quais eram os outros caminhos e suas possíveis consequências, o que desperta o interesse e a vontade de jogar tudo de novo.
Suas decisões também moldarão a personalidade de seu personagem e refletirão na forma como o androide se relaciona com os demais ao seu redor. Por exemplo, ao escolher uma abordagem mais hostil, os demais personagens responderão a isso. O que poderá debloquear caminhos, diálogos e ações diferentes.
Mas atenção! Suas ações podem levar à morte dos personagens. Por isso, escolha bem o que irá fazer ou dizer.
Jogabilidade
Ao iniciar o game, você poderá escolher entre dois níveis de dificuldade. É possível mudar a dificuldade no decorrer da história. A única diferença que fará será a rapidez na qual o jogador terá que apertar botões nas cenas de mais ação.
Apesar disso, a jogabilidade é bem simples. Os comandos são intuitivos e não há muito mistério. Lembram um pouco os jogos de point and click. Na maior parte do tempo, o console é utilizado para mover o personagem, o analógico direito é usado para interagir com objetos ou demais personagens e os botões de quadrado, xis, triângulo e bola representam opções de diálogo ou escolhas para o jogador.
Há a possibilidade para exploração, mas em alguns ambientes ela é restrita e não permite que o personagem se distancie demais de seu objetivo. Esse detalhe, para aqueles que como eu, adoram explorar, acaba sendo um pouco chato, dado ao potencial que o game poderia oferecer nesse aspecto.
Os momentos de maior exploração são as cenas de investigação de Connor, onde deve encontrar evidências para compreender e solucionar os crimes.
Ambientação
Como ficou implícito antes, o jogo utiliza captura facial e de movimentos para dar vida aos personagens. E conta até com a presença de um ator relativamente conhecido pelo público jovem, Jesse Williams. Williams interpreta o Dr. Jackson Avery em Grey´s Anatomy e já apareceu em um clipe musical da cantora Demi Lovato. É ele quem dá vida a Markus.
A ambientação é bem bonita. A tecnologia está em todo lugar, mas não é forçada (ou seja, não espere carros voadores). Durante a história é possível ver mudança de clima. Há dias ensolarados, outros chuvosos e até neve.
A face dos personagens e a forma como se movem está bem natural. Os diálogos são bem sincronizados. Às vezes dá a impressão de ser um filme, de tão bem cuidado e produzido que foi.
Conclusão
A Quantic Dreams entregou tudo o que prometeu em seus trailers. É um jogo profundo, que traz diversos assuntos que podem ser amplamente discutidos, como se robôs tem sentimentos e consciência.
A ampla gama de finais e decisões a ser tomar durante o jogo, desperta a vontade de jogar o game diversas vezes para explorar todas as possibilidades. Mas recomenda-se jogar uma vez, sem voltar atrás, para criar uma história e sentir tudo que o jogo pode oferecer, para só então explorar outros finais e acontecimentos.
Mesmo que a parte de exploração deixe um pouco a desejar, ainda há muito que ver no game. Entretanto para aqueles que curtem jogos com muita ação, podem sentir certa monotonia no começo do jogo, mas certamente irão se empolgar a medida que o enredo avança.
Detroit Become Human é bonito, bem ambientado e com um roteiro de tirar o fôlego, repleto de surpresas e plot twists. Quando cenas de ação acontecem, elas também são bem coordenadas e pode exigir certa destreza do jogador, deixando as coisas mais emocionantes.
Ao final, recomendo fortemente que joguem Detroit Become Human! É uma grata surpresa que a Quantic Dreams entregou. Talvez eu esteja apenas movido pelo hyper de ter terminado o jogo recentemente, mas não me sentia tão empolgado assim desde o final de The Last of Us.
Você já jogou o game ou ainda está na dúvida? O que achou do game? O que te animou e o que te decepcionou? Deixe nos comentários!