Em uma recente entrevista à revista Time, o cineasta Christopher Nolan, responsável por sucessos de bilheteria como a trilogia “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, expressou sua fascinação pela filmagem de produções cinematográficas de grande escala.
O diretor inglês revelou o motivo por trás de suas ambições no universo cinematográfico. “Sinto-me atraído por trabalhar em [filmes de] grande escala porque sei o quão rara é a oportunidade de mobilizar esses recursos”, declarou Nolan, destacando a importância dos recursos financeiros envolvidos em suas produções monumentais.
Essa atração é evidenciada em seus projetos anteriores, como o épico “Oppenheimer” (2023), que se tornou um blockbuster de sucesso — indicado a 13 Oscars, Nolan foi lembrado nas categorias de diretor e roteirista.
Christopher Nolan reconhece privilégio
Christopher Nolan compartilhou insights sobre o desafio de dirigir uma produção que custou US$ 100 milhões e arrecadou impressionantes US$ 957,6 milhões (R$ 4,7 bilhões) em vendas de ingressos ao redor do planeta.
“Eu sei que existem vários cineastas no mundo que dariam tudo para ter os recursos que reúno, e sinto que tenho a responsabilidade de usá-los da maneira mais produtiva e interessante”, complementou o diretor, enfatizando a responsabilidade que sente ao dispor de recursos tão significativos.
Em agosto do ano passado, foi noticiado que Christopher Nolan cortou 30 dias de gravação para liberar dinheiro para os sets e dessa forma o longa foi gravado em menos de 60 dias, tarefa nada fácil para uma produção de US$ 100 milhões de Hollywood.
“Parecia um filme independente de US$ 100 milhões. Isto não é ‘Tenet’”, afirma a designer de produção de “Oppenheimer”, Ruth De Jong. Em uma entrevista veiculada naquele mês no podcast “Team Deakins” a profissional comenta como foi lidar com esse desafio a o mesmo tempo mostra que achou fantástica a decisão do cineasta.
“Chris queria filmar em todos os Estados Unidos… apenas as passagens de avião e colocar a equipe em todos os lugares [é caro]. Sem falar que tenho que construir Los Alamos, isso não existe. Foi aí que eu realmente senti que era impossível. Chris disse: ‘Esqueça o dinheiro. Vamos apenas projetar o que quisermos. Então foi isso que fizemos, e quando a construção orçou minha cidade pela primeira vez, era de US$ 20 milhões. Chris disse, ‘Sim, não. Parar.’ Tínhamos um enorme modelo branco e comecei a retirar edifícios dele, sem mencionar que queríamos filmar em Nova York e Nova Jersey e Berkley e Los Angeles e Novo México“, afirma De Jong.