O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve, nesta terça-feira (19), na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde afirmou que “o mundo está cada vez mais desigual”. O petista ainda cobrou maior empenho dos “países ricos” em temas como a fome, desigualdade, promoção da paz, reversão das mudanças climáticas e a reforma de instituições como a própria ONU.
Sobre o conflito na Ucrânia e outros pelo mundo, por exemplo, ele disse que o Conselho de Segurança da ONU (formado por Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia) “vem perdendo progressivamente sua credibilidade”. Lula também lembrou que 735 milhões de pessoas em todo o mundo vão dormir “sem saber se terão o que comer amanhã”.
O tema da desigualdade foi o destaque de seu discurso – e Lula voltou a usar o termo ao citar assuntos como a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. “No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente”, declarou o presidente, sob aplausos das autoridades internacionais.
Por último, ele incluiu, ainda no tema de desigualdade, a pauta das mudanças climáticas no mundo. “Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com alta taxa de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implantação do que já foi acordado”, disse. “Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo”, prosseguiu, novamente marcando uma distinção entre países ricos e o chamado “Sul Global”.