Company of Heroes 3 é o mais novo jogo do gênero RTS, os famosos jogos de estratégia, sucessor de dois ótimos jogos que focam nos conflitos ocorridos na Segunda Guerra Mundial e busca dar luz a episódios que não possuem tanta visibilidade dentro dos videogames. Veremos como este terceiro jogo, um dos destaques dos lançamentos de fevereiro, se saiu.
Se quer paz, prepare-se para a guerra!
Como todo RTS, no jogo é necessário preparar seu exército e para tal, é preciso angariar recursos e a forma com que isso acontece no jogo é um tanto divertida. Dentro das missões, o jogador recebe um certo número de recursos e abaixo do indicador há outro número que representa o ganho destes ao longo do tempo.
A maneira de se acelerar o ganho de recursos é capturar os pontos estratégicos espalhados no mapa, de maneira parecida ao que acontece nos jogos anteriores. Claro que cada ponto estratégico em domínio do inimigo será guardado por eles, iniciando um combate, que são muito interessantes de se acompanhar.
Há diversos tipos de soldados e veículos que podem ser comprados com os recursos, entre eles efetivo, munição e combustível. Cada um dos tipos de soldados vem com suas habilidades que podem ser aprimoradas. Por exemplo, os fuzileiros fazem uso de granadas e também de bombas adesivas muito eficazes contra os tanques inimigos. Os engenheiros podem reparar veículos e estruturas e podem equipar lança chamas, perfeitos para o controle de área.
Dessa forma não basta apenas apontar os personagens aos lugares, é necessário gerenciar os combates da forma correta. Colocando as unidades que podem lidar melhor com tanques e fortificações para os ataques necessários e outras unidades para lidar com a infantaria comum. A grande novidade neste aspecto é a pausa tática, que facilita bastante a administração das unidades.
Tanto nas campanhas single player e no multiplayer, os reginentos com os quais você joga possuem características específicas que influenciam sua forma de prosseguir no combate. Os americanos são mais rápidos e agressivos, os britânicos são mais diversos e equilibrados, os alemães wehrmacht são mais defensivos e os da facção Afrika Korps são mais focados em veículos.
Conforme suas unidades vão sobrevivendo, ganham pontos de experiência que rendem condecorações que aparecem indicadas acima de seus soldados como estrelas. Os níveis que podem ser atingidos pelas unidades são de 1 a 3. A cada nível o dano causado fica maior, assim sendo, é preferível fazer o possível para assegurar a sobrevivência de suas unidades por mais tempo para uma vitória mais rápida.
Os horrores da guerra
No modo single player, temos duas campanhas, a italiana e a norte-americana. Na italiana, há um estilo de jogo em turnos que lembra os de Sid Meyer’s Civilization e Total War. Na história, você faz parte do exército dos Estados Unidos e está na missão de libertar a Itália dos alemães. Para este fim, o exército americano se junta à resistência italiana, os partisanos.
A cada turno o jogador administra as unidades, escolhendo a melhor ação do momento, é possível fazer ataques a pontos estratégicos de posse dos alemães ou marchar para aproximar-se mais de outros pontos. Ao longo do jogo são desencadeadas missões secundárias que influenciam a fidelidade de seus aliados. É preciso ficar atento aos indicadores de fidelidade, pois perder a confiança de certos personagens deixa o seu jogo muito mais difícil em certas missões pois não é mais possível obter ajuda externa.
A história da campanha é bem simples, tratando de um soldado americano que comenta um pouco sobre as características e relações com seus colegas e superiores e de suas esperanças acerca da campanha na Itália. O destaque fica na reencenação de algumas batalhas famosas, como a retomada da cidade de Anzio. No conjunto da obra pode se dizer que o jogo possui um dos melhores combates urbanos já feitos em um RTS.
Entre os turnos, além das sugestões de missões secundárias, o jogador é entretido pela voz irônica de Sofia do Eixo, uma alemã que provoca os soldados americanos com mensagens no rádio.
Sobre a campanha italiana é possível dizer que o gameplay recebeu o melhor investimento, já o foco no aspecto narrativo fivou com a campanha “Operações Africanas”. A campanha que se passa no norte da África é feita aos moldes já conhecidos de Company of Heroes, que visa trazer histórias inéditas da Segunda Guerra Mundial.
Aqui há um aspecto interessante. No jogo, controlamos as tropas alemãs, mas as cutscenes focam no povo civil local, que sofre com a ocupação das forças do eixo, incluindo os judeus de Benghazi, perseguidos pelos nazistas. Ou seja, conforme avança nas batalhas, as cenas mostram quais foram as consequências de suas ações para aquele povo, com a intenção de criar uma reflexão no jogador sobre os horrores da guerra.
Conclusão
No entanto, infelizmente, o jogo saiu com muitos problemas de otimização e alguns bugs frustrantes. Algumas vezes na minha jogatina tive que reiniciar a missão pois não ocorria o indicado no objetivo, deixando o jogo travado e stutterings ocorriam até mesmo em hardwares mais modernos. Creio que os defeitos devem ser corrigidos em patches, mas não deixam de frustrar os jogadores.
Ainda há espaço para melhorias nas campanhas também. O jogo de turnos na campanha italiana podia ser um pouco mais desenvolvido, tanto no aspecto dos bugs apresentados quanto de forma a deixar o modo mais interessante. Mesmo a campanha africana falha um pouco na proposta de justapor as batalhas ocorridas com as consequências na vida da população de uma forma eficaz.
Em geral, o jogo traz um RTS sólido e dentro do que a franquia já fazia de melhor, o combate urbano, é apresentado o ápice dentro dos videogames.
Agradecemos pela cópia gentilmente cedida pela SEGA para a realização desta análise.