Jean-Luc Godard: Cineasta recorreu ao suicídio assistido, diz jornal francês

Site francês aponta que o famoso cineasta optou pelo suicídio assistido em sua casa, na Suíça, onde é permitido

O cineasta Jean-Luc Godard
O cineasta Jean-Luc Godard – Foto: Reprodução / IMDb

Jean-Luc Godard faleceu durante esta terça-feira (13/09) e acabou pegando o mundo do cinema de surpresa. O cineasta, que é considerado um dos maiores da indústria do cinema, faleceu aos 91 anos de idade em sua casa, localizada na Suiça. Segundo o jornal francês “Libération“, o artista optou pelo suicídio assistido

Segundo a publicação, uma fonte ligada a família de Godard informou que ele não tinha qualquer problema de saúde. “Ele não estava doente, estava simplesmente exausto. Foi uma decisão dele e é importante que se saiba”, disse o informante. Até o momento, a família do cineasta não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

O suicídio assistido é permitido e legalizado na Suíça, desde que a pessoa não tinha a ajuda de outras pessoas no momento da morte. Antes, ao confirmar a morte de Godard, a esposa do cineasta, Anne-Marie Miéville, disse em comunicado que ele “morreu pacificamente em casa, cercado por entes queridos”. O casal morava em Rolle, às margens do Lago de Genebra.

As obras de Jean-Luc Godard

O cineasta começou sua carreira como crítico de cinema e, depois, passou a fazer documentários e filmes experimentais. Entre suas obras de maior destaque, estão “Acossado” (1960) e “O desprezo” (1963), estrelado pela atriz Brigitte Bardot. O artista também fez filmes como “Viver a Vida” (1962), “Alphaville” e “O Demônio das Onze Horas“, ambos de 1965, “Week-End à Francesa” (1967), “Carmen” (1983), “Eu Vos Saúdo Maria” (1985) e “Adeus à Linguagem” (2014).

A maioria de suas obras adotava um novo estilo de filmagem, o que redefiniu as nomas de câmera, fazendo elas ficarem mais fáceis de manusear e com mais movimento. Ele ainda mudou o som e a narrativa do cinema, além dos cortes e diálogos existenciais. Mesmo revolucionando o cinema, seus títulos sempre causavam controvérsias nos setores tradicionais e com a igreja católica. O filme “Je Vous Salue, Marie“, de 1985, chegou a ser rejeitado pelo então Papa João Paulo II e foi proibido no Brasil durante a época de seu lançamento, alegando que a história era uma ofensa ao catolicismo.