Felipe Prior, ex-participante do Big Brother Brasil (BBB), foi condenado no sábado (08/07) a seis anos de prisão em regime semiaberto por um caso de estupro. A sentença foi proferida pela juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, em relação a uma denúncia feita em 2020. É importante ressaltar que essa é uma decisão de primeira instância e o processo está em sigilo. Prior tem o direito de recorrer em liberdade. A seguir, relembre as acusações feitas contra o arquiteto.
No dia 17 de março de 2020, a advogada Maíra Pinheiro, representando as três mulheres que acusam Felipe Prior de estupro, protocolou uma notícia crime no Departamento de Inquéritos do Fórum Central Criminal. O Ministério Público solicitou a abertura de um inquérito para investigar os casos. Segundo a denúncia, os supostos crimes teriam ocorrido nos anos de 2014, 2016 e 2018, mas só vieram a público em abril daquele ano. As mulheres envolvidas optaram por não registrar boletim de ocorrência na época dos incidentes, alegando sentir-se envergonhadas.
Conforme a advogada, uma universitária viu uma postagem no Twitter sobre a participação de Felipe Prior no Big Brother Brasil 20, na qual afirmava que o conhecia e que ele teria sido impedido de participar do InterFau 2019 devido a uma denúncia de assédio. A partir dessa publicação, duas das mulheres que acusam Prior entraram em contato com a universitária, que as colocou em contato uma com a outra. Elas então procuraram as advogadas Juliana Valente e Maíra Pinheiro. Durante a investigação da denúncia do InterFau, elas descobriram a existência da terceira mulher envolvida no caso.
Ameaças de advogados de Felipe Prior e detalhamento dos crimes
Após a publicação do tweet, a universitária foi abordada por três pessoas que alegaram ser advogados de Prior e ameaçaram processá-la por calúnia caso ela divulgasse informações sobre o incidente nos jogos universitários. Em resposta a essas ameaças, a universitária optou por apagar o tweet. No entanto, em uma notícia crime protocolada em 17 de março, a defesa das três mulheres detalhou os supostos crimes cometidos por Felipe Prior. Segundo o documento, na madrugada de 9 de agosto de 2014, a vítima identificada como Themis relata que Prior se aproveitou de sua embriaguez para cometer atos libidinosos e conjunção carnal, causando-lhe lesões corporais graves.
Themis relatou que Prior a despiu e expôs seus genitais, enquanto ele mesmo abaixou sua calça. Devido ao seu estado de embriaguez, ela não conseguiu resistir fisicamente, mas deixou claro que disse “não” várias vezes e manifestou sua falta de vontade em ter relações sexuais. Ainda assim, Prior teria gritado com ela, chamando-a de fresca e afirmando que, no fundo, ela queria. Ignorando suas negativas, ele teria continuado insistindo e, nesse momento, teria estuprado a vítima. Em seguida, Themis relatou à mãe que estava com um ferimento em sua região genital e sentindo dor intensa. Ao examiná-la, a mãe constatou um corte profundo de aproximadamente três dedos de comprimento na área genital da filha, causando um sangramento intenso. Esses são os relatos descritos na denúncia feita pelas advogadas das três mulheres que acusam Felipe Prior de estupro.
Segundo a advogada Maíra Pinheiro, o segundo caso descrito na denúncia é caracterizado como tentativa de estupro, ocorrido durante os jogos universitários Interfau em setembro de 2016, na cidade de Biritiba Mirim. A vítima protegida, identificada como Freya, relatou que Felipe Prior tentou contê-la fisicamente usando força, porém não teve sucesso, e ela conseguiu escapar. O terceiro relato trata-se de um crime de estupro, ocorrido durante os jogos Interfau em setembro de 2018, na cidade de Itapetininga. A vítima protegida, chamada Ísis, descreve que Prior se aproveitou de sua embriaguez para cometer atos libidinosos e ter relação sexual com ela, utilizando-se de violência física, mesmo diante do choro da vítima.