Desde que revelou sua sexualidade e anunciou o romance com Igor Fernandez, o ator Bruno Fagundes contou que se sente mais aliviado por ter tornado pública sua homossexualidade. O rapaz refletiu sobre seu posicionamento e a desconstrução que foi realizando desde os 15 anos.
“Já pensava em abrir mais da minha vida pessoal há muito tempo. Não fiz isso por diversas outras razões. E isso já estava resolvido há muitos anos com a minha família, desde quando eu tinha 15 anos e não era uma questão. Nunca vivi uma vida dupla, mas tive minhas lutas internas. No olhar público, eu mantinha uma certa privacidade, porque acho que é um direito importante“, disse o famoso em conversa com o Gshow. Por conta da orientação sexual, ele ainda se restringia no ambiente particular.
“No início da minha carreira, nos anos 2000, era terminante proibido falar sobre a minha sexualidade. E isso acontecia mediante violências diárias. Ouvia coisas sobre o meu jeito de falar, o tom da minha voz, a minha postura e a minha virilidade. E não sei se as pessoas no geral têm noção do quanto isso vai te anulando. Ouvi a minha vida inteira: ‘Mas você desmunheca, como vai trabalhar?’. Tenho muita honra e muito contato com minha feminilidade. Sou um cara mais doce e sensível. Sempre sofri retaliações e fui diminuído por isso“, relembrou o filho de Antonio Fagundes.
Bruno Fagundes comenta sua relação com a família e o apoio que recebe
No bate-papo, Bruno Fagundes também explicou sobre o apoio que recebe da família, que foi parte importante para o seu entendimento: “Tenho um pai e uma mãe que são aliados, com plena consciência de que isso é uma exceção. Com a maturidade e com a segurança profissional que adquiri, comecei a perceber que a minha história poderia virar uma inspiração. Não só para pessoas como eu, mas para os pais dessas pessoas. Porque os pais ideais respeitam e amam seus filhos. E isso pode, e é positivo, para outras existências que não só a minha“.
Por ser herdeiro de um dos galãs da TV, ele contou que precisou se esquivar das expectativas de tomar o mesmo posto: “Sou filho de um dos maiores atores do Brasil. Por acaso, na época que o meu pai fez o maior sucesso da vida dele, ele virou a representação do homem heteronormativo. Durante muitos anos foi colocado sobre os meus ombros uma expectativa cansativa de ser a sucessão do meu pai, da imagem dele. Isso não só é uma injustiça com a carreira dele, como é uma injustiça com a minha carreira e com a minha individualidade.”