Nesta segunda-feira (19), o Nerd Site participou da coletiva de imprensa com a atriz Viola Davis. Em promoção do filme “A Mulher Rei”, a vencedora do Oscar e protagonista da trama, comentou detalhes sobre a produção e enfatizou a importância de heroínas negras protagonizando um longa.
O filme estreia no dia 22 de setembro nos cinemas e mostra a história da general do exército Dahomey, que conta com a ajuda de Nawi (Thuso Mbedu) para enfrentar os conflitos territoriais. No local, o rei Ghezo (John Boyega) recebe uma alerta dessa ameaça da personagem de Viola e precisa tomar uma decisão para que seu povo não seja tomado.
Viola dá vida a Nanisca e comenta na entrevista que para estar na pele de uma personagem forte, líder e que representa a valorização de sua comunidade como uma guerreira temida, ela precisou encarar o papel a fundo, com cinco horas diárias de treino para dar conta das lutas. Além do grande esforço físico, ela também estudou através de um livro, mais detalhes sobre as Agoji, que fazem parte da história cultural da África.
“Eu passei 10 anos estudando atuação e interpretando papéis clássicos, que sempre foram vividos por mulheres brancas, que debatiam o que era ser mulher, o que era ser bela. Mas muitas vezes eu não me via nisso. Na tela, vocês vão me ver, vão ver o que eu mostrei. Eu me senti humanizada, o filme fala sobre a complexidade de ser uma mulher negra. É sobre a minha vida”
Ao ser perguntada sobre a inspiração para interpretar a personagem tão simbólica, a atriz confessa que sua própria vida foi um exemplo. Isso porque a protagonista tem uma série de segredos, assim como a atriz revela ter. Ela faz essa comparação para mostrar que Nanisca é como mais um ser humano normal, mas que seu poder e a grandeza de sua luta, a torna uma personagem como nunca visto antes.
Viola Davis fala sobre a visibilidade de “A Mulher Rei” entre os telespectadores
O produtor Julius Tennon também esteve presenta na coletiva, ele comenta sobre a importância de “A Mulher Rei” para introduzir na indústria cinematográfica histórias de mulheres negras no papel principal e como heroínas fortes, sem papéis secundários. O cineasta diz que essa oportunidade deve abrir portas para que também se invista dinheiro em obras de povos nativos, sem a vitimização e sim contando sua história.
Dentro desse assunto, Viola também se posiciona e retorna a pergunta para o público. Ela questiona se os telespectadores irão investir o dinheiro de seus ingressos para acompanhar filmes como o seu, ou se darão mais uma vez essa oportunidade para declaradas atrizes que interpretam mulheres brancas em ascensão, ao falar disso, ela menciona Angelina Jolie, Scarlett Johansson e Brie Larsson.
Além disso, a atriz tem certeza que essa representatividade move mulheres que encontram negras bonitas nas telas, sendo valorizadas e ocupando uma posição das quais muitas vezes nem foram sonhadas pelo público. Viola diz que espera esse processo de identificação e ainda exalta que aguarda o sentimento de pertencimento de mulheres que observem sua representação em um blockbuster mundial.