No momento do acidente da morte do chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, nesta quarta-feira (23), o presidente russo, Vladimir Putin, estava na região de Kursk, liderando uma cerimônia em homenagem ao 80º aniversário da Batalha de Kursk, que aconteceu na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Na tarde desta quinta-feira (24), em discurso transmitido pelas TVs do país, ele enviou condolências a família do líder do grupo de mercenários. A tragédia, no entanto, remete a uma longa lista de atentados contra desafetos do presidente russo. No mês de Junho, Prigozhin liderou um breve motim, com objetivo de tomar Moscou.
Em 2004, o ucraniano Viktor Yushchenko, que disputava a eleição presidencial com o primeiro-ministro Viktor Yanukovich, aliado de Putin, foi envenenado com dioxina, um tipo de agente laranja, que o deixou com o rosto desfigurado.
Também em 2004, a jornalista Anna Politkovskaya se sentiu mal e perdeu a consciência repentinamente depois de tomar uma xícara de chá durante um voo para a cidade de Beslan, aonde estava indo cobrir o cerco de uma escola por terroristas chechenos. O cerco terminou com a invasão de agentes da FSB e a morte de 333 pessoas, 186 delas, crianças. A jornalista sobreviveu e foi morta a tiros dois anos depois, no dia do aniversário de Putin.
Em 2006, o ex-agente da FSB Alexander Litvinenko morreu em Londres depois de ser envenenado com polônio 210, um elemento radiativo. Litvinenko investigava abusos cometidos por agentes da FSB na Síria. Em 2018, outro ex-espião russo, Sergey Skripal, foi envenenado por um gás nervoso em Salisbury, também no Reino Unido. Skripal sobreviveu. O agente foi identificado por investigadores britânicos como Novichok, desenvolvido pelos soviéticos.