Por que a morte da rainha Elizabeth II causa a impressão, na maioria das pessoas, de que ela era alguém próximo, com quem se tinha contato e até uma relação de afeto? O Pós PhD em Neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, explicou que isso acontece porque os seres humanos formatam engramas – as quais são memórias do que pensamos, vemos e sentimos – de forma mais íntima.
“Quando uma pessoa é famosa, formamos esses dados, com base na repetição, consolidando e reforçando esses engramas de maneira mais convicta”, disse ele, que afirmou ainda que, quando a pessoa é famosa e admirável para si, essas marcas mentais são formatadas com a influência de bons sentimentos, o que está vinculada a uma boa lembrança.
“Quando ela morre, sentimos como se a conhecêssemos pessoalmente, pois reforçamos essas memórias sobre ela com influência positiva. E de certa forma a conhecemos, do jeito que a moldamos, às vezes sem defeitos, como algo intacto de quase perfeição”, frisou o Dr. Fabiano.
A rainha Elizabeth II e a memória
Segundo o estudioso, quando vemos uma pessoa fisicamente, ela fica armazenada na memória com intensidade diferente de quem vemos apenas pelas telas. Mas, o reforço e o sentimento depositado, moldam a memória de maneira diferente, mas o impacto do luto pode ser similar a depender da importância que deu àquela pessoa.
“O que distingue é a racionalidade sobre ter contato físico ou não, mas o sentimento varia pelas circunstâncias sobre a pessoa e sobre a própria personalidade de quem sente, em relação ao quão emotiva é pelas próprias variáveis individuais”, finalizou.
A rainha Elizabeth II faleceu nesta quinta-feira (08/09) aos 96 anos. A morte da monarca comoveu o mundo. Ela, que ocupou o trono britânico por mais de 70 anos, foi uma das monarcas mais longevas da história. Ela deve ser sucedida pelo seu filho mais velho, o príncipe Charles, agora intitulado rei Charles III.