Separamos 8 motivos para chorar com o fim de Sense8

Os motivos do cancelamento são desconhecidos, mas especula-se que seja o altíssimo custo de 9 milhões de dólares por episódio.

 

Após duas temporadas de enorme sucesso, Sense8 foi cancelada pela Netflix. O fim da série desenvolvida pelas irmãs Wachowski (Matrix) já vinha sendo especulado desde que o ator Brian J. Smith, que interpreta o policial Will Gorski, deu a entender em seu Twitter que a Netflix considerava abandonar o projeto. Em nota, a vice-presidente de conteúdo original da companhia de streaming, Cindy Holland, agradeceu ao elenco e à equipe pelo que classificou como um show “forte, emocionante, impressionante, arrebatador e certamente inesquecível.”

Em meio ao turbilhão de tristeza que acometeu o cluster, listamos oito motivos pelos quais Sense8 deixará saudades.

1. Matrix

Com lutas espetaculares, mundos paralelos e uma pegada tecnológica, as Wachowski utilizaram Sense8 para recuperar elementos da trilogia que as lançou para o mundo nos anos 2000. No entanto, foram ainda mais longe, com histórias mais próximas do mundo real e que dialogam diretamente com o público.

2. Personagens inesquecíveis

Não se faz uma boa história sem um excelente personagem. No caso de Sense8 , o desafio era ainda maior: dar vida a oito protagonistas verossímeis e preenchê-los com histórias próprias e cativantes. Além disso, Lilly e Lana precisavam de atores competentes inseridos em cenas desafiadoras que provocassem no espectador os mais diversos sentimentos. Conseguiram! No fim, ainda que com pequenos deslizes, Sun, Lito, Capheus, Nomi, Will, Riley, Wolfgang e Kala formaram um time capaz de extrair do público lágrimas, risadas e um sem número de emoções.

3. Temática global

“Nunca houve um programa mais globalmente verdadeiro”, declarou Cindy Holland. E é verdade! Ao longo de suas duas temporadas, Sense8 passou por 16 cidades, em 13 países – São Paulo, inclusive, onde foram gravadas cenas na maior Parada LGBT do mundo.

4. Representatividade

Para falar de temas tão globais, eram necessários personagens igualmente pluralizados, com diferentes dramas, gêneros e orientações. Entre heterossexuais e homossexuais, transgêneros e cisgêneros, a série tentava dar representatividade a grupos que até então costumam ter pouco ou nenhum destaque nas grandes produções de TV e de cinema. Como a transsexual gay Nomi Marks (Jamie Clayton), que roubava a cena com sua namorada, Amanita (Freema Agyeman). A representatividade se dava dentro e fora das telas: assim como sua personagem, Jamie também é uma mulher trans.

5. Ousadia

Esqueça os 13 países; esqueça os oito protagonistas gravando as mesmas cenas repetidas vezes; esqueça até mesmo os custos milionários de cada episódio. A maior ousadia de Sense8 estava bem ali, permeando cada cena: era a vontade de falar dos grandes tabus da sociedade moderna, como os diferentes tipos de preconceito, o poliamor e a violência. O ápice dessa grande ousadia se dá em uma das mais marcantes cenas do show , quando todo o cluster faz uma orgia dentro de uma banheira.

6. A relação entre dominantes e dominados

Esse é um dos temas mais recorrentes nas obras das Wachowski. Enquanto em Matrix via-se a luta entre homens e máquinas, o que move Sense8 é a tentativa de sobrevivência de pessoas como qualquer um de nós. Como deixa claro a personagem da atriz Jamie Clayton, “a verdadeira violência é a que fazemos com nós mesmos quando temos medo de ser quem realmente somos.”

7. Cultura pop

Música, tecnologia, quadrinhos, filmes, outras séries. Sense8 fala de inúmeros assuntos que estão no cotidiano de seu público. De um personagem apelidado de

Van Damme a teorias da conspiração que envolvem até o 11 de Setembro, o sucesso da Netflix bebe das fontes da atualidade como pouquíssimas séries conseguem. Em um momento inspirador, todos os sensates cantam juntos a música What’s Up (4 non blondes), que faz parte da playlist de dezenas de filmes dos anos 1990. Assim como a música, o fim da série deixa o público mais triste que as novelas mexicanas que o personagem Lito assiste em seus momentos de decepção amorosa.

8. Perguntas que permanecerão sem respostas

De todos os motivos para chorar pelo cancelamento de Sense8 , talvez o mais forte seja saber que nunca teremos respostas para todas aquelas perguntas que nos fazemos desde o lançamento da primeira temporada, em 2015: de onde vem o ódio de Sussurros pelos sensates ? Quem patrocina a Organização de Proteção Biológica? Por que Jonas traiu seus amigos? Os Homo sensorium conseguiriam um mundo de paz junto aos Homo sapiens ? Kala e Wolfgang trocariam tudo um pelo outro?

Os motivos do cancelamento são desconhecidos, mas especula-se que seja o altíssimo custo de 9 milhões de dólares por episódio ou o tratamento de Lilly Wachowski, que se recupera de uma cirurgia para mudança de sexo.

Você tem mais algum motivo para chorar pelo cancelamento de Sense8 ? Conte para a gente nos comentários!