Conheça MØ: A voz por trás do maior sucesso do Spotify

No mês passado, o Spotify anunciou que a música ‘Lean On’, havia se tornado a música mais tocada até aquele momento na plataforma.

Um nome familiar na Dinamarca, , alcançou fama internacional no início deste ano cantando o hit esmagador do grupo de musica eletrônica Major Lazer. Foi durante a cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, em 11 de novembro, que a cantora concedeu a entrevista à BBC.

No mês passado, o Spotify anunciou que a música ‘Lean On’, havia se tornado a música mais tocada até aquele momento na plataforma.

De acordo com a empresa sueca, a música tinha sido escutada 526 milhões de vezes em seis meses, isso é o equivalente por 2709 anos. “Isso é tão insano”, diz MØ, a voz e co-escritora. “Eu não posso parar pra pensar nisso. Eu acho que eu iria enlouquecer se eu ouvisse ela repetidas vezes por tanto tempo. Eu acho que qualquer um ficaria louco.”

O sucesso do hit pega a cantora dinamarquesa de surpresa, já que sua carreira sempre fora pautada de forma muito estável, à margem do pop alternativo.

Ela passou a rodar o mundo, voou até a índia para a gravação do vídeo e por vários festivais, cerimônias de premiação e talks shows. Ainda essa semana esta concorrendo a melhor música pelo BBC Music Awards.

-0b1e-4e7c-bd98-f29d4ac9984b

Com seus 27 anos, a cantora diz não conseguir encontrar palavras pra explicar o sucesso. “Lean On fez tudo explodir, diz ela. “Eu ainda estou nesse redemoinho. Eu estou tão ocupada. Tento refletir, mas é difícil, estou processando tudo.

Quanto perguntada sobre como o Spotify paga os royalties, já que vários outros músicos vem reclamando do formato de pagamento do serviço, ela comenta:

“Eu sei que deveria ter o que falar sobre isso, mas eu realmente não penso muito sobre isso. Eu não vejo o que ganho, porque eu nunca olho pra minha conta no banco. Mas se eu quisesse ganhar dinheiro, eu deveria escolher outra carreira.”

MØ nasceu Karen Marie Ørsted, em Odnse, a terceira maior cidade da Dinamarca. Filha de pais professores, ela diz que sempre foi incentivada pela família a aprender sobre arte e cultura, onde quer que fosse.

“Eles nunca usaram dinheiro para comprar uma televisão nova ou para trocar o sofá ou mexer na cozinha. Eles queria ir a Roma ou a Londres ou a Paris e ver lugares e culturas interessantes.

Eu odiava, porque eu queria ir para um resort no Mediterrâneo, já que era o que meus amigos estavam fazendo, mas para eles nós deveríamos dormir uma tenda por duas semanas nas montanhas. Mas agora eu aprecio isso e eu vou fazer isso com os meus filhos também!”

Ela descobriu a música através das Spice Girls, e se identificava com a Posh, e até teve uma banda cover na escola. “Eu tinha o mesmo corte de cabelo que ela.” Quando a Geri saiu, eu chorei uma piscina de lágrimas”, lembra ela. “Eu estava sentada na mesa do meu quarto e coloquei minha cabeça entre as mãos e chorei. Mas desde o dia em que as vi, eu queria ser como elas. Então eu descobri que escrever músicas era uma boa forma de se expressar e adquirir confiança.”

_87102784_mo-kamikaze

Sua primeira canção foi aos oito anos chamada Seven Days – um devaneio musical sobre um feriado escolar permanente. Ela até cantou versos da sua ingênua e encantadora canção: “Eu acordei de manhã / E ouvi o canto dos pássaros / Eu sabia que era hoje que iria acontecer / Eu quero ser livre, livre por sete dias.

Mas essa leveza e ingenuidade sumiu de repente, quando ela chegou a adolescência.

“Eu comecei a usar roupas pretas, pintar meu cabelo de roxo e virei uma punk”, diz ela. “Eu não sei o que eu queria ser, mas eu comecei a ser como ‘eu não quero ser sua amiga!’ As pessoas pensavam que eu tinha enlouquecido.”

Quando começou a aparecer mais em cena durante sua adolescência, ela tocava em grupos de punk e grunge, e atingiu um certo sucesso com duo Mor, juntamente de seu amigo Josefine Struckmann.

Ao se separarem em 2011, a cantora voltou suas raízes para o pop, escrevendo canções ao piano na casa de seu pai. A mistura de punk, sem uma melodia bonita e com irregularidades e muito ruído chamou a atenção dos críticos e do público que curteiam a gênero pop.

“Eu gosto quando as coisas soam como um animal gritando. Isso é sempre uma coisa boa”, ela ri.

E foi a música que fez com que Melanie, da sua girlband favorita (MØ recebeu das mãos de Melanie, no ano passado, um Gammy) e o superprodutor Diplo a notasse e levasse até Major Lazer.

_87102780_mø-2015-01-pleasecreditlouiebanks

“Trabalhar com Diplo é tão bom, porque ele é tão curioso e divertido. Ele adora pop, mas ele está sempre quebrando as barreiras e mudando o mundo com a música.”

Segundo MØ os dois raramente se encontram e acabam construindo suas músicas através de vários e-mails. “Eu prefiro trabalhar sozinha, e eles está sempre viajando, por isso a gente se da tão bem”, diz ela.

Foi dessa maneira que ‘Lean On’ surgiu, a música começou como uma batida reggae mais lenta antes de se transformam em um hino dance.

Inicialmente oferecida a Rihanna e a Nick Minaj, Diplo passou a chamar de “benção disfarçada” a recusa das cantoras. Em entrevista a Time, Diplo disse que a música tinha que ser de MØ.

“Eu me lembro quando, em uma reunião, pude ver a versão final e pensei como era tão legal. Mas eu nunca tinha tido um sucesso, então eu não esperava que ela fosse um sucesso,” ela lembra.

No início, MØ parecia certa, a música estreou em 77º lugar nas paradas do Reino Unido, levando quase gdois meses para chegar ao top 10. Chegando lá, não saiu mais, atingindo o segundo lugar quatro meses depois de seu lançamento. Parte desse sucesso se deu ao clipe filmado na Índia e parte da coreografia executada pela cantora.

O sucesso da canção faz MØ demorar mais a terminar seu segundo álbum solo, previsto para ser lançado ainda este ano.

“Está indo bem. Eu ainda tenho um monte de músicas. Na verdade eu acho que tenho todas as músicas, mas sempre tem uma ou outra canção que precisa terminar, são pequenos detalhes. Isso é muito importante.”

Recentemente ela lançou o primeiro single de seu segundo álbum, Kamikaze, um sucessor digno. O clipe teve as filmagens em Kiev, na Ucrânia.

Fundador, formado em Publicidade e Propaganda, paulista e, enquanto não consegue ir para Marte, acredita que um dia teremos respostas sobre as origens dos Aliens. E-mail: [email protected]