SUK SUK – UM AMOR EM SEGREDO: Filme encanta com a sutileza que foge dos padrões de histórias LGBTQIA+

O filme estreia hoje em todos os cinemas nacionais

SUK SUK - UM AMOR EM SEGREDO
SUK SUK – UM AMOR EM SEGREDO

Suk Suk mostra a história de dois homens idosos com mais ou menos 70 anos, chamados Park e Hoi, no qual viveram a vida escondendo suas sexualidades. Ambos já são até avôs, mas ao se conhecerem, decidem viver uma história de amor proibida.

A premissa em si do filme, é capaz de se destacar perante a tantos clichês adolescentes LGBTQIA+, é ruim ter esse tipo de clichê? De maneira nenhuma, mas as vezes esquecemos que não existem apenas homossexuais novos, o preconceito com gays idosos, é algo que acontece até mesmo dentro da própria comunidade.

A obra encanta com a sutileza em que conta uma história de amor proibido, talvez você já tenha assistido tantos filmes essa narrativa de amores que não podem acontecer, mas certamente nunca assistiu a de Suk Suk. No decorrer dela, você acaba percebendo que por mais que esteja inserida a cultura tailandesa nela, ela poderia se passar em São Paulo, Paris, Nova York ou até mesmo na sua rua, porque é exatamente isso que os atores Tai-Bo e Ben Yuen, te fazem sentir.

No decorrer da produção nos encantamos ainda mais com a forma como dois homens vividos de 70 anos, que já tiveram filhos e netos, podem descobrir coisas que descobrimos na adolescência, com pequenos detalhes como, encontros em cafés, compras em mercados juntos e até a primeira noite em que dormem uma noite inteira abraçados, te faz refletir ainda mais sobre o que é viver a vida.

Talvez o único defeito, seja o não aprofundamento da história paralela com a do casal principal, que é uma espécie de votação em um conselho do governo, para que existam casas de repousos apenas para idosos gays, para que se sintam mais a vontade em ser quem eles realmente querem ser, essa é uma parte da produção que ficamos curiosos em saber detalhes do resultado, detalhes das vidas do envolvidos, detalhes das leis LGBTQIA+ do país que são literalmente nulas.

Ao chegarmos no final, ficamos com uma reflexão de que o que importa na vida? Quanto tempo temos para sermos nós mesmos? E principalmente, vemos que pelo menos numa tela, a história de pessoas que por suas idades, são ignoradas justamente pela comunidade que mais deveria lhe abraçar.

Se você procurar assistir uma boa história de amor, com a realidade nua e crua, dificuldades e uma luta pela aceitação e tudo isso com leveza e sutilidade, certamente irá se encantar por essa produção de Ray Yeung.

Nota geral do autor: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)