Crítica – “Resistência” é uma história surpreendente sobre inteligência artificial

A produção de aventura se destaca no gênero.

Resistência
Resistência/ Reprodução – 20th Century

“Resistência” tem uma semelhança notável com Star Wars, apesar de apresentar inovações, é como se habitasse no mesmo universo. Isso pode se relacionar com a direção de Gareth Gewards, que também esteve responsável por Rogue One (2016) e repete uma fórmula de sucesso na nova produção.

O longa de ficção cientifica mostra uma realidade utópica dominada pela Inteligência Artificial. Com ataques potencializados, a produção discute disputa de domínio e territórios em uma constante busca por capturar o “deus” da IA, Namita. Nesse processo uma série de criaturas e armas são desenvolvidas e ao mesmo tempo reflete sobre tecnologia, robotização, violência e opressão.

O filme é uma surpresa boa que pega desprevenido o telespectador, do qual espera mais uma aventura fantasiosa. A história tem a medida certa entre drama, críticas, tensão, cenas de ação e abusa de seres tecnológicos que dão um novo caminho aos robôs. O cunho emocional é o que mais engata o telespectador que mantém os olhos fixos na tela durante os principais arcos.

Joshua (John David Washingtoné um personagem que consegue versar em diversas instâncias. Ele entrega uma performance de excelência mesmo que a construção de sua narrativa seja a mesma a todo momento: fuga e sobrevivência. Nos intervalos dessa construção, é possível ver a demonstração dos afetos que de forma gradativa se revelam e geram grande interesse no público.

Outro grande destaque é a criança robô Alphie que se torna a grande protagonista a partir do segundo ato. Interpretada por Madeleine Yuna Voyles, a garota representa uma grande potência tecnológica de controle e força. É impressionante o quanto o enredo se desenvolve a partir de suas decisões e comandos, toda a atmosfera criada é potencializada pela boa performance da atriz mirim.

O contexto histórico e político criado para esse universo é um dos temas que mais chamam atenção. Os temas guerra e monopólio territorial já são conhecidos, mas trazer uma nova abordagem para o futuro da humanidade com o crescimento da Inteligência Artificial é um dos maiores acertos dessa narrativa.

“Resistência” é um filme sobre Inteligência Artificial com um CGI que deixa a desejar

Apesar de uma trilha sonora impecável e uma ambientação completamente coerente com a proposta da ficção, existem alguns pontos visuais que realmente destoam da trama. Começando pelos efeitos visuais que são muito fracos por se tratar de uma produção sobre tecnologia.

Nitidamente a computação gráfica apresenta pontos de fraqueza e insuficiência com o que ela sugere. A identidade visual de “Resistência” entrega um ambiente deserto, neutro e sem muitas cores vivas que indiquem algo animador. Apesar dessa ideia, o telespectador sente falta de alguns aspectos techs na estética, que ajudariam a superar as falhas de CGI.

“Resistência” é uma ficção surpreendente que consegue inovar no gênero já conhecido. O drama inserido em meio a guerra e Inteligência Artificial possui uma combinação perfeita que se encaixa bem na proposta sugerida. Apesar de uma fotografia que deixa a desejar, o filme possui um saldo positivo e uma reflexão consistente.

Estagiária, produtora de conteúdo, uma garota que ama séries, filmes, livros e música e fala muito sobre histórias. A minha história está lá no Instagram! E-mail: [email protected]