Crítica | Cidade Perdida entrega tudo que promete

Com estreia prevista pro dia 21, Cidade Perdida entrega tudo o que promete no trailer.

Desde que assisti ao trailer, fiquei ansioso para ver o filme inteiro. Cidade Perdida é um desses filmes que a gente escolhe no cinema pra ver sem saber e acaba se surpreendendo. Também, é de se esperar que um filme com Sandra Bullock (Oito mulheres e um segredo), Channing Tatum (Magic Mike 3) e Daniel Radcliffe (Carga Mortal) trouxesse, no mínimo humor e piadas à tela.

Daniel Radcliffe segurando uma lanterna, Channing Tatum e Sandra Bullock em um barco, com capanga e piloto ao fundo.

Ainda no trailer, pensei que o filme se trataria de uma versão alternativa de Jumanji e que, apesar de não ser um jogo, os personagens iriam viver cenas retratadas no livro de Loretta (Bullock), “The Lost City of D”, o que não acontece. Existe, na realidade, uma profundidade não mostrada no trailer – apesar dele resumir bem o filme – que envolve a personagem principal e seu modelo de capa, Alan (Tatum).

Como sabemos, o grande vilão do longa, Abigail Fairfax (Radcliffe) sequestra Loretta para decifrar um pergaminho antigo que mostra a localização da cidade perdida, e cabe ao seu dúbio musculoso modelo de capa resgatá-la. Alan contrata um agente para isso, Jack Trainer (Brad Pitt), mas embarca junto com ele em busca da autora.

Brad Pitt e Channing Tatum carregando Sandra Bullock em um carrinho de mão, com explosões ao fundo.

O que se destaca em Tatum é que, apesar de ser um homem alto e forte, seu personagem apresenta fragilidades que fazem a graça do filme. Somado à experiência de Bullock com filmes de comédia, ambos trazem doses ideais de alívio cômico para o longa.

Como vilão, Daniel Radcliffe está disposto a qualquer coisa para obter o que deseja. Seu personagem é um herdeiro mimado e isso se destaca bastante na atuação e no roteiro. Apesar de ter uma atuação muito característica, talvez por ter feito o papel de Harry Potter por tantos anos, é difícil de visualizar outros personagens para o ator, mesmo ele se esforçando tanto, como podemos ver em Cidade Perdida.

Daniel Radcliffe olhando para a frente, segurando uma xícara e capanga ao fundo.

Um ponto bastante positivo no filme é como o humor faz uma crítica a determinados aspectos sociais e, ao mesmo tempo, tenta colocar alguma diversidade despretensiosa no filme. São exemplos disso a agente de Loretta, Beth (Da’Vine Joy Randolph), e o fato de a história principal acontecer em uma ilha de língua latina.

Cidade Perdida entrega tudo o que promete, no entanto, não traz nada novo: a história se apega em um arco já consagrado de caça ao tesouro, resgate da mocinha e seu salvador é um homem branco alto e forte. A sutileza está na personagem principal ser uma mulher, historiadora e deveras inteligente e astuciosa, acompanhada pelo seu modelo de capa atrapalhado e ignorante, nada que A Múmia (1999) já não tenha feito antes.

Bastidores do filme Cidade Perdida, onde Sandra Bullock e Channing Tatum fazem uma pose com braço esticado pra cima e o outro dobrado na altura do ombro

Contudo, reforço o que disse no começo desse texto: para os desavisados e despretensiosos, é um filme que vale a pena passar o tempo, principalmente por suas cenas de humor. Mas se você, como eu, se assusta com o preço dos ingressos dos cinemas, vale a pena esperar mais um pouco pela estreia nas plataformas de streaming.