Crítica: Obi-Wan Kenobi é um bom acerto em uma cultura movida a fanservice

Hoje (22), foi lançado o último episódio da série de Obi-Wan Kenobi

Crítica: Obi-Wan Kenobi é um acerto brilhante em uma cultura movida a fanservice
Crítica: Obi-Wan Kenobi é um acerto brilhante em uma cultura movida a fanservice

Hoje (22), é um dia histórico para os fãs de Star Wars. Nesta data, se encerra um ciclo tão aguardado pelos telespectadores. A revanche tão esperada, o fim da série de Obi-Wan Kenobi.

Com direção de Deborah Chow, o show original do Disney+ traz de volta Ewan McGregor ao seu famoso papel do Jedi título, apresentando uma aventura ambientada dez anos após A Vingança dos Sith, e que se sobressai diante de um cenário onde tudo têm que ser movido há apenas fanservice, nos moldes dos fãs.

Composto por seis episódios ao total, Obi-Wan Kenobi cumpre o que um show da figura merecia, embora muitos fãs afirmem que falta muito há explorar, e que a série poderia ter ido mais a fundo nas nuances galáxia à fora pós-Ordem 66. Bem, querer mais não é errado, e esse período é rico em narrativas intrigantes, mas esta não é exatamente a série adequada para isso.

O Cavaleiro Jedi recebe uma missão pelo resto de sua longa jornada, proteger Luke no desértico planeta de Tatooine. O universo expandido dos quadrinhos e livros deixam em evidência que o período que decorre até os eventos de Uma Nova Esperança, foram, de forma bem resumida, “entediante”. Obi-Wan é um Jedi convicto de sua missão, tendo o próprio recusado deveras vezes, até mesmo em se aventurar na premissa ao qual sua própria produção apresenta. Não há motivo para forçar um caminho repleto de ação, se o próprio personagem não está disposto à tal.

Os fãs precisavam de uma revanche entre Obi-Wan e Darth Vader. As conclusões deixadas no episódio III não foram o bastante para dar um meio à essa história na trajetória com seu antigo companheiro, Anakin Skywalker. A minissérie de Obi-Wan Kenobi prepara a todo momento os fãs para este confronto, e o motivo de tanta espera, felizmente, vale a pena. O momento chegou, e Deborah Chow, sem dúvidas, deixou algo que será marcado para sempre no imaginário da cultura pop.

O fato de seu lançamento semanal deixou muitos telespectadores aflitos. Não há dúvidas que a série apresenta momentos que facilmente poderiam ter sido evitados, provando que na verdade, o programa da Lucasfilm é um filme prolongado que funcionaria ainda melhor nos moldes de uma produção cinematográfica para as telas grandes. Porém, em um panorama geral, tudo se encaixa bem. Não há brechas, e não supriu as expectativas, mas entregou o tinha que entregar, sem exageros, e sem se montar em um emaranhado de participações que funciona apenas para hypar os fãs, tal qual como O Livro de Boba Fett.

Ewan McGregor não perdeu seu brilho como Obi-Wan Kenobi, e retorna de forma majestosa como o Jedi, deixando muito claro os conflitos, dificuldades e senso de dever que a figura sempre deixou transparecer em sua atuação. Quanto a Vivien Lyra Blair, sua Princesa Leia foi emocionante de se ver, e realmente se mostrou digna de viver a versão jovem da icônica rebelde. Moses Ingram adicionou muito a franquia com sua performance na pele de Reva, apesar da Inquisidora parecer apenas “jogada” na trama para suprir algumas lacunas. Darth Vader é brilhantemente sombrio e calculista como deve ser. A presença do Sith foi realmente um presente para os fãs.

A série não adiciona tantos cenários icônicos como por exemplo, as diversas viagens espaciais de Din Djarin em The Mandalorian, mas tal fato nunca foi o combinado. Chow trabalha com um personagem exilado, e que permanece com sua fagulha de esperança de uma galáxia justa confinado com um único objetivo, que mais tarde vêm há se concluir em Uma Nova Esperança.

Obi-Wan Kenobi é uma aventura amenamente agradável que não está no pódio das melhores produções de Star Wars, mas faz o que é necessário para se completar e ser uma adição respeitável para o cânone, sem muitas surpresas, e que não precisa de uma continuação em uma provável 2ª temporada, para se tornar digna.

NOTA GERAL DO AUTOR: (3,5/5)