Praticamente tudo sobre a interpretação do Coringa por Cesar Romero no seriado “Batman” de 1966 é ótimo, desde a maneira como ele ataca cada cena com uma alegria maníaca e mastigadora de cenários até a maneira como ele transforma seu sorriso pintado em uma carranca decepcionada quando ele é inevitavelmente derrotado, e todo o caminho até o fato de que Romero se recusou a raspar o bigode para o papel, em vez de colar a maquiagem de palhaço e deixá-lo completamente visível em todos os episódios. Há um brio e até mesmo uma pequena ameaça no papel que o torna um dos personagens mais memoráveis da série.
Contudo, infelizmente, quase todos os outros grandes vilões da série eram melhores. Personagens como o Pinguim – lendariamente o favorito dos escritores, que sempre tinham um roteiro preparado para quando Burgess Meredith estava na cidade – Catwoman e até King Tut estavam envolvidos em histórias melhores que faziam muito mais para jogar seus truques.
Ele é tão genérico, na verdade, que o Coringa uma vez estrelou um episódio que originalmente deveria apresentar um novo vilão chamado One-Armed Bandit, apenas para ser reescrito às pressas no último minuto, deixando o Coringa com um episódio inexplicável mediado por fascínio por máquinas caça-níqueis.
Sabe, ironicamente, é justo dizer que o retrato moderno do Coringa, com sua mistura de sadismo aterrorizante e risada imprevisível, tem muito mais em comum com o retrato de Frank Gorshin do Charada do que com Romero. Isso não o torna ruim, mas definitivamente significa que ele não é o melhor.