“Eleita” traz uma crítica social em meio a diversão e apelação

A nova série do Prime Video é protagonizada por Clarice Falcão.

Eleita
Reprodução/Internet

“Eleita” é uma série que traz uma grande crítica social sobre eleições no Brasil e ao mesmo tempo diverte o telespectador com uma trama divertida e descontraída. Na tentativa de mostrar um Rio de Janeiro distópico, a trama apela para alguns exageros com a intenção de chocar e conscientizar.

Criada por Célio Porto e Clarice Falcão a trama conta a história de Fefê, uma candidata que não é nada convencional, ela é uma jovem criadora de conteúdo nas redes sociais e após uma brincadeira de candidatura, ela se torna a governadora do Rio de Janeiro. No entanto, além de não ter o preparo, Fefê passa por uma série de conflitos para lidar com o novo cargo de responsabilidade.

A primeira vista, a fotografia revela uma história clássica e ao mesmo tempo contemporânea. O figurino e os detalhes da narrativa expressam as características brasileiras e dão uma sensação de identificação para a série. Com isso, é possível que os brasileiros comprem a ideia do projeto e consigam chegar na reflexão desejada.

Um dos detalhes interessantes, é que as críticas sociais e políticas vão de figuras no poder até os próprios eleitores. O desespero de uma nação por uma governadora que de fato faça a mudança, faz com que a população tome decisões desesperadas e muitas vezes sem muita consciência. Tal fato é revelado pela promoção da governadora que nitidamente não se importa com o governo, ela apenas quer curtir a vida.

Fefê se sente pressionada em muitas circunstâncias, ela percebe que estar a frente de um cargo político exige maturidade e que ela molde seu jeito mais descontraído de ser, como por exemplo, fazer networking no Carnaval no lugar de curtir como fazia anteriormente. Por conta disso, a história se torna muito interessante e curiosa de acompanhar.

A nova trama do Prime Video tem uma série de referências atuais. Ela expressa a cultura digital e critica a superficialidade, hipocrisia e falta de fundamentos que as redes podem trazer ao se analisar campanhas políticas ou algo do tipo. Além de momentos de metalinguagem, alguns políticos e seus atos corruptos são intrinsecamente revelados, junto de debates importantes como racismo e machismo.

A grande apelação em “Eleita”

O humor é o carro chefe de “Eleita”, a série tem diversas sacadas que leva o telespectador a rir e ao mesmo tempo colocar a mão na consciência quanto as suas decisões de voto. Para que isso aconteça, em diversos momentos, o roteiro apela para momentos inusitados que se dão de forma forçada e nem sempre são naturais.

Dentro dessa apelação, a ideia da trama é justamente conquistar pelo exagero. O que a princípio pode parecer estranho, no final das contas é normalizado. Apesar disso, espera-se que caso haja uma nova temporada, tais pequenos erros sejam corrigidos para que o andamento da série flua de forma mais envolvente.

As primeiras impressões de “Eleita” são positivas e geram boas expectativas para a série. De forma curta, leve e descontraída, a trama apresenta uma boa reflexão sobre a atitude política e no contexto atual, se faz extremamente necessária para o público brasileiro. Apesar de ter forte apelo para conquistar o telespectador, a produção é promissora e vale a pena ser conferida.

Avaliação: 3 de 5.

Estagiária, produtora de conteúdo, uma garota que ama séries, filmes, livros e música e fala muito sobre histórias. A minha história está lá no Instagram! E-mail: [email protected]